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Geral

13º salário vai injetar R$ 53 bilhões na economia

08 de dezembro de 2006 - 13:58

Até 20 de dezembro, a economia brasileira receberá uma injeção de R$ 53 bilhões, resultado do pagamento do 13º salário. Segundo o Departamento Intersindincal de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 60,7 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas receberão o benefício em 2006, 1,6 milhão a mais do que no ano passado. Em valores, o crescimento é de 8% sobre 2005, quando o pagamento do benefício somou R$ 50 bilhões.

Segundo o coordenador de relações do trabalho do Dieese, Nelson Karam, o resultado mostra que houve aumento do emprego e da renda no Brasil, especialmente nas regiões mais pobres, onde a renda é definida pelo aumento do salário mínimo. Por isso, o valor médio do 13º salário subiu bem mais no Nordeste (11%) do que no Sudeste (3%).

O valor médio do benefício será de R$ 872, crescimento real de 4% em relação ao ano passado (R$ 812). O maior benefício será pago em Brasília (R$ 1.878, em média) e o menor, no Maranhão (R$ 526).

Embora a maior parte do dinheiro (56,4%) continue concentrado na Região Sudeste, Karam afirma que já é possível perceber alguma redistribuição regional da renda com o efeito do salário mínimo.

"É lógico que esse percentual não vai ser reduzido drasticamente de uma hora para a outra, mas já é possível perceber uma redução dessa concentração", ressalta. "A soma dos valores total destinado ao 13º salário subiu mais do que a média brasileira nas regiões Norte (22%) e Nordeste (18%)".

Distribuição

O pagamento de aposentadorias e benefícios pelo governo federal continua a responder por uma fatia considerável do 13º salário. A Previdência Social contribui com 40% do total de pessoas que recebem o benefício (24,3 milhões) e com 23% do total do valor pago (R$ 12,5 bilhões). Como boa parte dos benefícios pagos pela Previdência é atrelada ao salário mínimo, o valor médio pago é de R$ 515,82, menos da metade do que recebem os assalariados do mercado formal de trabalho (R$ 1.145,73).

Parte do efeito do pagamento de benefícios da Previdência Social já foi sentido pela economia, uma vez que o governo federal antecipou para setembro o pagamento da primeira parcela do 13º salário. A segunda parcela será paga junto com o benefício de dezembro.

O mercado formal de trabalho responde por 57% do total de pessoas que receberá o 13º, enquanto a participação dos empregados domésticos é de 3%. No que se refere aos valores, os assalariados respondem por 74,9% (R$ 39,668 bilhões) e os domésticos, por 1,5% (R$ 777 milhões).

Dívidas

Embora o Dieese não pesquise o destino dos R$ 53 bilhões do 13º salário, o coordenador do Dieese diz que é possível perceber que uma percentagem muito pequena do dinheiro é usada para formação de poupança. "Como a renda ainda está muito baixa (o Dieese prega um salário mínimo ideal de cerca de R$ 1,5 mil para o Brasil), o trabalhador acaba usando o 13º para cobrir gastos do dia-a-dia", diz Karam.

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