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Estiagem eleva preço da soja em 1% ao dia

Acrissul - 16 de março de 2005 - 15:55

A estiagem, responsável pela quebra de pelo menos 10 milhões de toneladas na produção de soja no País, fez com que o preço da saca tivesse alta média de 1% diariamente, nos últimos 30 dias. Ontem, a saca estava cotada a R$ 32,50, ante R$ 25 em 15 de fevereiro, o que representa elevação de 30% num mês. Além da estiagem, a reação do dólar (ontem chegou a US$ 2,776) e a especulação internacional também contribuíram para o aumento.

Embora não haja estimativa oficial, corretores trabalham com a expectativa de quebra de 1 milhão a 1,5 milhão de toneladas na produção de Mato Grosso do Sul, onde havia previsão de colher 5,2 milhões de toneladas nesta safra.

Supondo que a produção atinja 4 milhões de toneladas, o que representa 66,6 milhões de sacas, a elevação do último mês garante ganho de R$ 500 milhões à economia estadual. Isto, porém, é suficiente apenas para compensar as perdas com a estiagem. Ou seja, 86,6 milhões de sacas, como era a previsão inicial, renderiam R$ 2,165 bilhões ao preço de R$ 25 a unidade. Agora, com a alta, 1,2 milhão de toneladas a menos, o rendimento é o mesmo, R$ 2,164 milhões.

Porém, segundo o corretor Ronaldo Dávalo, a tendência é que o preço continue subindo até junho, prazo máximo em que os produtores podem segurar o produto, já que a partir daí vencem os financiamentos no Banco do Brasil. Se a tendência de alta persistir, a estiagem pode ter sido até benéfica para parte dos produtores.

Para Wilmar Hendges, porém, que também trabalha com corretagem de grãos, já está na hora de o agricultor vender parte da soja para garantir o pagamento das contas, já que o preço atual é suficiente para cobrir as despesas em regiões onde o rendimento atingiu média de 45 sacas por hectare.

Wilmar Hendges acredita que 40% da oleaginosa já tenha sido colhida em Mato Grosso do Sul. E com base nisso, estima que a quebra tenha chegado a 1,5 milhão de toneladas, superando os últimos prognósticos, que davam conta de queda de um milhão de toneladas.

Ronaldo Dávalo lembra que a elevação das últimas semanas terá efeito imediato na economia local porque neste ano poucos produtores negociaram a soja no mercado futuro. No ano passado, 65% da produção estava faturada quando os preços subiram e chegaram a R$ 52 a saca. Neste ano, a venda antecipada foi da ordem de 12%, acredita ele.

E é exatamente a expectativa de alta que está contribuindo para a onda de otimismo que tomou conta do mercado. Produtores estão se recusando a vender o grão e forçando os fundos norte-americanos (principais especuladores da commodity) a oferecer mais pelo produto. Ontem, por exemplo, a bolsa de Chicago subiu 26 pontos, operando próximo da alta máxima, que é de 30 pontos antes de sofrer interrupção, conforme Ronaldo Dávalo.

Fonte: Jornal Correio do Estado

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