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Afinal, vale a pena trair?

Rubens Paulo Gonçalves* - 30 de maio de 2013 - 07:09

Toda ligação através de um casamento, espera-se que seja para sempre. Porém, para a maioria dos casais a vontade de mandar tudo para o inferno e ir embora muitas vezes se faz presente. E a pergunta que surge é por quê?

A resposta é muito simples: Viver junto é muito difícil!

É preciso uma dose de tolerância, compreensão e amor que muitas vezes escapa das nossas possibilidades. Nessas horas é muito comum surgirem aqueles que podem nos indicar caminhos que pareçam mais fáceis sugerindo-nos atalhos tentadores de traição em nossa ligação afetiva.

Antes de qualquer passo que poderá ser destruidor é preciso fazer algumas reflexões:

A maioria do meu tempo junto a ela (e) foi assim ou é assim? Não temos momentos de amor , ternura e construção a dois?
Ele (a) e é um (a) companheiro (a) que caminhou junto, ao meu lado não só nos prazeres como também nas dificuldades?
O desgaste físico que ela (e) apresenta hoje, também não é devido a vida que sofremos juntos? A construção e amparo de nossa família, será que não nos desgastou? Será que não tivemos muito tempo para nos preocupar-nos com nós mesmos?
O distanciamento que apresentamos hoje também não é responsabilidade minha?

Se todas as respostas forem “NÃO” você não deve trair: Deve se separar!

Quando, entretanto, algumas das perguntas tiverem um “SIM” como resposta a coisa fica mais perigosa. O que fazer?

Procure valorizar os momentos bons e evitar os ruins, por exemplo, ela acha que você dirige mal e ele muito bem. Ok, quando estiver com ele no carro deixe-o dirigir. Se você acha que você como homem dirige melhor que ela, vá no banco de trás, amarre o seu cinto e não olhe para fora.

Use a memória e tente relembrar se nos tempos das vacas magras, onde qualquer centavo fazia diferença, será que ele não a ajudou poupando no que era possível? E ela? Será que nunca fez horas extras para poder propiciar á família algo de bom? Nos momentos de perdas, quem foi o ombro que você pode chorar? Nas preocupações com os filhos, nas febres altas de madrugada, vocês não estiveram juntos? É bom lembrar todas essas emoções!

Normalmente os casais se unem por amor e se separam por falta de cuidado mútuo. Os distanciamentos não acontecem abruptamente. As pequenas falhas de um com o outro, as pequenas decepções, os pequenos mal-entendidos, as pequenas indelicadezas vão ao longo do tempo se somando até criarem um espaço irreconciliável entre os dois.

Ora! Vocês são os mesmos, ao contrário do que você está pensando hoje, ele (a) não é outro (a). Continua sendo aquele que você amou, que teve uma imensa atração, que lhe deu enormes prazeres e noites maravilhosas. Não me diga que só ela (e) estragou tudo! É preciso uma persistente e grandiosa tarefa para estruturarem tudo novamente. Veja! Essa é sua vida! Não existe outra.

Mas afinal, vale a pena trair ou não?

A resposta é simples: Se você não se incomoda de perder o que tem, vale!

Rubens Paulo Gonçalves, Médico pela PUC do Paraná,Ginecologista e Obstetra pela Febrasgo, com residência no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da USP, Dr. Rubens Paulo Gonçalves, mora em São Paulo e trabalha desde 1971 no Hospital Albert Einstein, na Pro Matre e no Hospital São Luiz, além de dirigir o Centro Ginecológico e Obstétrico Paulista. Também, é autor de três livros com temática médica: Gravidez para Grávidas, Desafio da Menopausa e Envelhecer Bem e escreve atualmente para seu site: www.rubenspaulogoncalves.com.br

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