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Sociólogo diz que Estatuto do Idoso não saiu do papel

Adriana Franzin/ABr - 13 de abril de 2006 - 09:36

"O Estatuto do Idoso ainda não saiu do papel", afirmou hoje (12), no programa Diálogo Brasil, o presidente da Associação das Universidades e Faculdades Abertas para a Terceira Idade (AUFATI), Antônio Jordão Netto. Ele, que também é sociólogo e gerontólogo (especialista no cuidado com idosos) disse que "o Estatuto prometeu muita coisa, mas não houve nenhuma implementação por parte dos órgãos públicos para que atingisse os seus objetivos". Netto afirmou, no estúdio da TV Cultura, em São Paulo, que se investe muito pouco nas questões importantes para a terceira idade, principalmente no que diz respeito à saúde. Segundo ele, para viver mais, os idosos devem fazer "todos os esforços para morrer jovem o mais tarde possível".

A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes concordou que os investimentos não conseguem cobrir todas as áreas sociais: "Infelizmente o Brasil demorou muito para começar a pensar em um sistema integrado das políticas sociais e como com um cobertor curto tivemos que fazer escolhas que não dão conta de um país do tamanho que o Brasil tem".

Ela lembrou que o Estatuto demorou oito anos para ser concluído, mas discordou da afirmação de que ainda não saiu do papel e salientou no estúdio da TV Nacional, em Brasília: "o que estamos fazendo e assumindo como responsabilidade é a garantia de direito das pessoas, transferir renda, garantir acesso à alimentação, à permanência das crianças nas escolas no sistema público de saúde. Não é assistencialismo".

No estúdio da TVE Brasil, no Rio de Janeiro, o economista chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Néri, disse que nos últimos anos os idosos conquistaram avanços políticos que servem de exemplo para outras categorias. Néri, coordenador da pesquisa "Saúde na Terceira Idade: a Fonte da Juventude", ressaltou que a transferência por idoso aumentou R$ 102 em termos reais na década de 90, a transferência por criança aumentou R$ 5,80. "A melhor forma de investir no idoso de amanhã é investir na criança de hoje", opinou.

Renato Maia Guimarães, professor da Universidade de Brasília e médico do Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário, falou que o Brasil hoje tem recursos financeiros que possibilitam investimentos tanto na área infantil quanto de terceira idade. "A educação é a maior área de promoção do bem estar, de saúde e de aumento de longevidade", afirmou no estúdio da TV Nacional, em Brasília. Para uma terceira idade saudável, Maia recomendou uma mudança do paradigma de ser velho. "Velho é antes de tudo um cidadão com todos os direitos", salientou. A receita da longevidade, segundo ele, é continuar contribuindo para a sociedade.

Os debates do Diálogo Brasil foram mediados pelo jornalista Luiz Fara Monteiro. O programa é transmitido ao vivo para todo país, sempre às quartas-feiras, das 22h30 às 23h30.

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