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Polícia diz que assassinato está esclarecido

Agência Brasil - 30 de julho de 2003 - 15:59

A Polícia Civil de São Paulo não tem mais dúvidas sobre a autoria do assassinato do subtenente do Exército Alcir José Tomassi, de 44 anos, que fazia a escolta de Sandro Luiz, um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a prisão, ontem, de um dos suspeitos, Matson Rodrigo Alcântara Ribeiro, de 19 anos, o caso foi esclarecido: foram dois ladrões de carros que praticaram o crime, ocorrido no último dia 18 de junho, na Vila Industrial, em Santo André, no ABC Paulista.
Rodrigo confessou sua participação. Só resta saber se foi ele ou o borracheiro Diogo Neiva Daniel, de 21 anos, quem de fato efetuou os disparos que mataram o subtenente e feriram o cabo Nivaldo Ferreira dos Santos. Diogo está preso há 15 dias no 62º Distrito Policial.
O delegado Nelson Silveira Guimarães, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), disse que ainda não dá para ter certeza de qual dois teria atirado, porque está um jogo de empurra-empurra, mas é certo que ambos responderão pelo ato. Como todos os indícios levam à conclusão de crime por latrocínio (assassinato seguido de roubo), a pena poderá ser de até 15 anos a 30 anos de reclusão.
Segundo o delegado, os policiais do Centro de Inteligência Policial começaram a desvendar o crime após traçar o perfil dos ladrões. Indo de casa em casa, levantaram as características de ação de dois jovens que estavam atuando na região de Santo André, próximo à divisa com a Zona Leste. Eles abordavam as vítimas sempre acuando-as e dizendo que eram policiais. Quando surpreenderam os militares, os jovens identificaram-se como agentes da Corregedoria-Geral da Polícia. Mas a chave do mistério foi a descoberta do apelido de um dos envolvidos: Gui, como era chamado o Rodrigo.
Esse detalhe levou à prisão de Rodrigo, ontem à noite, no bairro de São Mateus, na zona leste da cidade. Ele confessou com detalhes como tudo aconteceu e o depoimento coincidiu com as informações passadas por Diogo, preso após participar de um roubo de cargas, há 15 dias.
No dia do crime, um irmão do Diogo levou os dois jovens para aquela região de Santo André, onde passaram a andar a pé à procura de um veículo Volkswagen Gol geração III. Como já tinham caminhado há algum tempo sem encontrar o objeto do roubo, decidiram levar o automóvel Astra, placas DEZ-6073/SP, que estava em poder dos militares, em frente à casa da namorada de Sandro. A intenção era continuar na busca do Gol, mas, de carro. Eles identificaram-se como policiais. Imediatamente, um dos seguranças, que estava ao volante e com a porta aberta, saiu do veículo, e o outro desceu junto, acreditando que ali estavam sendo abordados mesmo por policiais, segundo o relato do acusado. Foram logo mostrando carteiras do Exército.
Num lance rápido, os ladrões pegaram os documentos e também as armas dos seguranças. Depois, os criminosos encostaram os dois na parede do muro e exigiram que o subtenente ficasse de joelhos. Diante da recusa, um deles atirou com a pistola 380 mm, acertando a cabeça do subtenente. O outro segurança, o cabo, aproveitou para correr, sendo atingido na mão e no tórax. Ele já recebeu alta médica e, nos próximos dias, deve fazer o reconhecimento dos criminosos. Segundo depoimento tomado hoje, Diogo disse que as armas foram jogadas em um rio. Eles são especializados em roubo de veículos em Santo André.
A maior certeza de participação no crime, de acordo com o delegado Nelson, foi o confronto das impressões digitais do Rodrigo, encontradas no Astra e confirmadas ontem à noite pela Polícia Científica, além dos depoimentos e revelações de detalhes que só quem estava no local no dia do crime poderia ter. Apesar de um ficar jogado a culpa no outro sobre quem teria atirado, o delegado afirma que os dois poderão pegar penas iguais, que podem ir de 15 a 30 anos de reclusão por prática de latrocínio. (Marli Moreira)

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