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Geral

MP possibilita empréstimo com desconto no contra-cheque

Paula Medeiros/Agência Brasil - 17 de setembro de 2003 - 14:19

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que é preciso encontrar formas de colocar dinheiro em circulação no Brasil, ainda que o valor não seja o suficiente para que o país retome o crescimento econômico. "Se a gente não consegue pegar sempre o peixe grande que a gente quer, eu acho que é possível fazer uma grande somatória de peixes menores, fazer uma caldeirada e comer uma boa peixada. Se você não tem o dinheiro para o investimento que um país como o Brasil precisa para voltar a crescer com a rapidez que todos nós queremos, é preciso a gente se mexer para encontrar formas de colocar dinheiro em circulação", afirmou o presidente.

Uma das formas de colocar dinheiro em circulação foi anunciada hoje de manhã, durante solenidade no Palácio do Planalto. O presidente Lula assinou medida provisória que possibilita aos trabalhadores da iniciativa privada tomar empréstimos, mediante desconto no contra-cheque. O valor máximo do empréstimo será de até cinco vezes a renda líquida do trabalhador. O pagamento, que será feito por meio de desconto de parcelas fixas na folha de pagamento, poderá ser dividido em até 24 vezes e as parcelas não podem ser superiores a 30% do salário líquido do funcionário.

O presidente ressaltou a importância da medida para reduzir os juros dos empréstimos bancários, o que irá possibilitar o acesso do trabalhador ao crédito. "Vocês estão oferecendo ao sistema financeiro o que o trabalhador tem de mais sagrado que é o seu salário no final do mês. O banco vai ter a certeza de que, ao estar financiando um trabalhador que tem carteira assinada, que recebe o salário no final do mês, irá receber. O desconto pode ser pactuado entre sindicato e empresa. O risco para o banco é zero", disse.

Devido ao risco menor, a expectativa é que a taxa de juros cobrada pelos bancos nesse tipo de empréstimo seja menor que a do mercado. A definição do valor será negociada entre sindicatos e bancos. "O movimento sindical precisa jogar duro para que haja acordo em que os juros sejam compatíveis com a necessidade do trabalhador, principalmente aquele que ganha renda média", ressaltou Lula.

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