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Gerente diz que dinheiro não acabou
O gerente executivo da diretoria do Banco do Brasil, Rogério Lot, frisou durante o debate sobre o FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste), que aconteceu na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), ontem que o dinheiro do Fundo não acabou. Segundo ele, nos anos anteriores existia uma reserva de gestões anteriores, quando a demanda era menor. "Com o aumento da demanda pelo FCO, a reserva deixou de existir", comentou.
Lot mostrou ainda os números da região. Conforme o gerente, estavam previstos para o FCO, R$ 1.276,6 milhões até abril deste ano, já contando com o bônus de adimplência de 15%. Lot explicou que no ano passado, foram utilizados R$ 1,480 bi do FCO e este ano, o Banco do Brasil iniciou o ano com R$ 1 bilhão de recurso para o Fundo. "Esse ano a previsão era menor porque a sobra era menor", explica.
O gerente garantiu ainda que os projetos que já foram aprovados estão com os recursos assegurados. "Não faltarão recursos para os contratos que já tiveram parcelas liberadas", disse, informando que os outros projetos estão sendo estudados caso-a-caso. Lot acrescenta ainda que os produtores podem procurar por outras linhas de financiamento como o Propasto ou o Moderfrota. "Nós sabemos que as condições do FCO são muito boas, com prazos maiores e taxas de juros menores, mas com o excesso de demanda muitos projetos não serão atendidos em curto prazo", explicou.
Sobre a ampliação dos recursos, Lot explicou que o recurso é constitucional e que qualquer modificação deve passar pelo Congresso Nacional. O gerente disse que o aumento da demanda mostra a "explosão" do desenvolvimento da região Centro-Oeste, mas a aprovação deve passar pelo Congresso. "Como gestor do FCO, me sinto de mãos amarradas", esclarece, comentando que a bancada deve se unir para se discutir uma proposta única para rever o percurso.
Segundo o gerente, essa é a primeira vez, em treze anos de aplicação no FCO que os recursos ficam escassos. Conforme o Banco do Brasil, já foram liberados R$ 442,9 milhões até abril de 2003, enquanto que desse montante 21,8% foi para Mato Grosso do Sul.
O presidente da Famasul, Léo Brito, acredita que os recursos para garantir o desenvolvimento do Estado devem vir para atender a produção. "Acredito que nossa bancada federal e até no ministro, Ciro Gomes, para atender o pleito dos produtores", comentou, informando que o problema deve ser solucionado. Brito disse ainda que os produtores terão que se organizar e se preparar para fazer o custeio da safra 2003/2004. "FCO é para investimento, fomento, principalmente para emprego e crescimento para as regiões do nosso Estado e para o Centro-Oeste", concluiu.