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Crime organizado mudou a segurança pública Italiana

Agência Notisa - 14 de maio de 2009 - 18:33

Promotor italiano afirma que “crime organizado impeliu o Estado italiano a criar novas penalidades para seus autores e práticas de defesa a informantes, colaboradores e testemunhas”.

Cobertura especial direto da Emerj - Seminário Crime Organizado

Para Fausto Zuccarelli, promotor italiano e enviado da embaixada do país, o crime organizado na Itália “interage com redes criminosas de todo o mundo”. Segundo o promotor, a ‘força criminosa’ conta com armamentos provenientes do narcotráfico colombiano, auxílio financeiro de vastas redes de lavagem de dinheiro, suporte “logístico” de matadores e contas bancárias em diversos países. “Hoje não se pode falar em ‘crime organizado’, e sim em crime organizado multinacional”, assegurou ontem durante o seminário Crime Organizado, que termina hoje na Emerj.



“O crime organizado não conhece fronteiras. Barcos dos Bálcãs trazem armamentos para a Itália, que por sua vez os transfere para redes terroristas, como o ETA. E as redes criminosas italianas também recebem armamentos e entorpecentes da América Latina, e realizam operações com organizações criminosas africanas. Para piorar, as burocracias alfandegárias deixam incapacitadas as polícias que cuidam do combate a todas essas variedades de ações ilegais” afirmou Zuccarelli, criticando as políticas dos Estados contemporâneos.



Para o enviado da embaixada italiana, seu país sofre os “efeitos colaterais” provenientes das atividades das máfias. Segundo ele, as máfias empregam táticas “terroristas” tais como atentados à bomba, seqüestros e homicídios. As fontes de financiamento muitas vezes são o narcotráfico, o tráfico de influência e as redes de extorsão. “A quantidade de atos homicidas praticados pela máfia na Itália já ultrapassa a casa dos milhares, e, no passado, atingiu várias vítimas ilustres, como o juiz Giovanni Falconi”, disse.



Ele explicou que a Itália, em contrapartida, foi forçada a adotar uma série de medidas duras com relação ao sistema penal. “O governo italiano aprovou leis que reduzem drasticamente as liberdades dos prisioneiros – com o intuito de amputar possíveis contatos entre o corpo e os dirigentes das redes mafiosas -, também criando penas ampliadas e aumentando a vigilância sobre atividades suspeitas”, disse. Outro lado do sistema penal Italiano afetado foram as estratégias de proteção às testemunhas/informantes. “A proteção a testemunhas italiana conta com meios para mudar identidades, transferir os sujeitados ao programa entre regiões, mudar profissões e até mesmo ‘recriar’ trajetórias profissionais – nesse ponto se aproxima bastante do modelo americano”, disse e esclareceu que neste grupo são incluídos os colaboradores, que contam com o privilégio da delação premiada.



Para Zuccarelli, apesar de todos os esforços nacionais, são indispensáveis ações conjuntas de diversos “Estados nacionais”. Segundo ele, os crimes multinacional e transnacional” demandam fronteiras mais flexíveis, menos burocratizadas. “A Europol e a Eurojus são exemplos de métodos de combate ao crime multinacional” exemplifica. O promotor assegura que “o conceito de soberania não é violado por ações conjuntas. A interferência de forças policiais estrangeiras pode ser eficaz e ‘sanitária’ para todos os países afetados”.



Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

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