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China pode consolidar integração física da América do Su

Edla Lula/ABr - 22 de maio de 2004 - 09:40

A integração física da América do Sul, uma das metas da política externa do governo, pode se consolidar. Grande comprador da soja brasileira, com US$ 1,3 bilhão em importação por ano, o país vai investir na recuperação da
malha ferroviária, principalmente nos trechos em que há escoamento do produto.

O memorando de entendimentos a ser assinado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China prevê a construção de estradas de ferro em um trecho que chega até Antofagasta, no Chile. É interesse do governo chinês que haja um canal de exportação dos produtos brasileiros, especialmente a soja, pelo Pacífico. Com o investimento, a China diminuiria os custos da importação.

Para o Brasil, o acordo abriria caminho para uma recuperação da infra-estrutura e da comunicação de toda a região. A idéia é que os produtos brasileiros pudessem cruzar os Andes e chegar um porto do Pacífico.

“Todos nós estamos mais convencidos de que a palavra integração pressupõe a integração física e todos nós estamos buscando mecanismos para arrumar os recursos necessários para
efetivar essa integração", disse o presidente Lula, ao comentar que a viagem à China tem forte relação com os interesses brasileiros de concretizar o projeto de integração da região. “Sem os investimentos, essa integração será muito mais retórica. Queremos fazer uma integração concreta e objetiva“.

Elaborado em parceria com o ministério brasileiro do Planejamento, o projeto prevê a possibilidade de contrapartida brasileira por meio de permuta, com o fornecimento de soja e outros produtos do setor de alimentos. “Esta é uma proposta muito importante para o Brasil. Atende a uma necessidade brasileira de corrigirmos um atraso forte nas nossas vias de comunicação, nos nossos portos, nas nossas estradas de ferro”, diz o embaixador do Brasil na China, Afonso Celso Ouro Preto. Ele comenta, porém, que é um processo de médio prazo, cujo primeiro passo está sendo dado agora. “Não vamos imaginar que os resultados brotem do dia para a noite”, diz.

O presidente Lula apresentará também ao colega Hu Jintao as vantagens da China investir em toda a região. ”A melhora da relação Brasil e China significa a melhora da relação China e
Mercosul, porque o Brasil é uma porta de entrada. Temos todo interesse de incentivar que outros países do Mercosul e da América Latina ampliem as suas relações com a China”, diz Lula. “Queremos fazer do Mercosul um bloco econômico sólido e forte e por isso trabalhamos para fortalecer a economia dos outros paises”, reforça.

A saída para o Pacífico é um sonho antigo do Brasil e ganhou força no momento em que o país intensifica as relações comerciais com o Oriente.

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