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Chega-se a um acordo sobre o Trem do Pantanal
Campo Grande (MS) Reunidos nesta manhã com o governador Zeca do PT, em seu gabinete, o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Keiji Kanashiro; o presidente da Novoeste, Nelson Bastos; e o superintendente da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Hilário Pereira, chegaram a um acordo sobre qual o mecanismo mais apropriado para repassar ao Estado a concessão do trecho da ferrovia entre Campo Grande e Corumbá. Este era o último impasse a ser solucionado para dar início à implantação do projeto Trem do Pantanal, que prevê investimento de R$ 240 milhões na recuperação completa da estrada de ferro e reforma das estações localizadas nesse trecho, além da restauração dos vagões de passageiros.
Ficou decidido que a Novoeste apresentará à ANTT uma proposta de cisão da malha ferroviária sob seu direito. O trecho entre Campo Grande e Bauru será repassado à Ferroban, o que viabiliza a integração com o porto de Santos, vital para o escoamento da produção agrícola do Estado. O trecho restante (Campo Grande-Corumbá) será devolvido à União, que pode, posteriormente, repassá-lo ao Estado mediante outorga ou concedê-lo em contrato de exploração para outra empresa privada, já comprometida com o projeto Trem do Pantanal."Bastava apenas definir essa proposta para que em torno dela nós possamos, a partir de agora, fazer a articulação política", disse o governador. De antemão, o superintendente da ANTT garantiu seu empenho no sentido de solucionar a questão jurídica o mais rápido possível.
O governador Zeca do PT comemorou o avanço das negociações, alertando que seria um fiasco internacional se o Brasil legasse ao abandono a ferrovia do Pantanal, cuja implantação importou em enorme esforço do governo federal na época e tirou o sul do então Mato Grosso uno do ostracismo, fazendo progredir todas as cidades incluídas em seu traçado.
Viabilidade econômica Keiji Kanashiro apresentou, na reunião, uma proposta de viabilidade econômica do projeto, com implantação prevista para os próximos três anos. Conforme a proposta, o Estado se comprometeria a investir R$ 22 milhões por ano no projeto e a União arcaria com R$ 52 milhões/ano. "Isso não significa que todos esses recursos sairão dos cofres públicos. O Estado tem a opção de buscar parcerias na iniciativa privada", explicou o secretário-executivo.
O governador Zeca do PT aprovou a idéia e disse que além do capital privado, tem condições de negociar o abatimento de créditos que Mato Grosso do Sul tem com a União. "Vamos inaugurar o primeiro trecho entre Campo Grande e Miranda ou Corumbá e Miranda daqui a dois anos, quando a ferrovia completa 100 anos, e até o fim de meu governo vamos inaugurar o Trem do Pantanal", garantiu o governador.
Kanashiro reiterou que o retorno do Trem do Pantanal é prioridade do governo federal, incluso no plano de investimentos em ferrovias lançado recentemente. A concretização do projeto vai representar, ainda, a viabilidade de outras 40 propostas de ativação e reativação de trens de passageiros encaminhadas ao Ministério dos Transportes. "O Trem do Pantanal é o único projeto acabado que temos, portanto será implantado primeiro", completou.
Participaram da reunião os secretários de Estado da Coordenação-Geral de Governo, Paulo Duarte; da Infra-Estrutura e Habitação, Maurício Arruda; do Meio Ambiente, Márcio Portocarrero, diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Carlos Porto; diretor-presidente da Agitrams (Agência de Gestão e Integração de Transporte), Fermiano Yarzon e o procurador da Agitrams, Álvaro Filho.