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Brasil bate mais um recorde na produção de cana
A indústria sucroalcooleira deve esmagar neste ano de 622,03 a 633,72 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O volume é o maior alcançado até agora e oscila entre 8,6% e 10,7%, quando comparado as 572,57 milhões de toneladas de 2008. Os dados são do primeiro levantamento da safra 2009 (são três no total) realizado pela Conab. Eles foram divulgados nesta quinta-feira (30), em Brasília.
Um dos fatores deste crescimento são as 28 milhões de toneladas de cana madura remanescentes da safra de 2008 e que serão moídas neste período. Outro motivo para este incremento é a ampliação de 9,9% da área plantada, consequência da entrada em produção de aproximadamente 25 novas usinas. Até o ano passado, os canaviais destinados à indústria sucroalcooleira ocupavam 7,08 milhões de hectares e agora chegam a 7,79 milhões de hectares.
Já a área total de cana para todos os usos saltou de 9,4 para 9,59 milhões de hectares (+1,8%). A projeção é de uma colheita recorde, podendo chegar a 674,8 milhões de toneladas, ou 3,3% a mais que a anterior. Isso prova que o mercado sucroalcooleiro continua aquecido, apesar da crise econômica, explica o presidente da estatal, Wagner Rossi.
Os estados do Centro-Sul são responsáveis pelo processamento de 90% da produção e os do Norte/Nordeste pelo restante. São Paulo segue com a maior produção no país (360,41 a 367,69 milhões de toneladas), representando cerca de 58% de toda cana que será processada.
Os destaques são a expansão do plantio em Goiás, com 527,6 mil hectares (+31,3%), e em Mato Grosso do Sul, com 335,1 mil hectares (+21,5%). Na soma, o Centro-Oeste registra crescimento na área de 20,50%, alcançando 1,09 milhão de hectares. A produção segue a mesma tendência, com cerca de 30% a mais (85,29 a 87,01 milhões t).
Já as plantações no Sul devem crescer 18,3%, ocupando 644,3 mil hectares. A quantidade de cana que vai para a indústria sucroalcooleira deve ficar entre 53,24 e 54,31 milhões de toneladas, com destaque para o Paraná, que assume a segunda maior produção do país (53,1 a 54,2 milhões t), ultrapassando Minas Gerais (50,8 a 51,8 milhões t).
Álcool e açúcar Outra mudança no cultivo atual é o uso da cana. A quantidade destinada à fabricação de açúcar poderá crescer até 17%, enquanto para o etanol o aumento é de até 7,7%. Com esta perspectiva, o Brasil vai produzir entre 36,42 e 37,91 milhões de toneladas de açúcar e entre 27,78 e 28,60 bilhões de litros de álcool, sendo cerca de 33% do tipo anidro (para mistura à gasolina) e 67% hidratado (vendido direto nas bombas).
Hoje, exportamos 70% do açúcar e cerca de 15% de etanol. Com a valorização do dólar, a quebra de safra na Índia e os bons preços internacionais, o açúcar passou a ter remuneração mais atraente que o combustível, explica o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Porto. Ele ressalta que, embora esta safra seja mais açucareira, haverá álcool suficiente para atender os mercados interno e externo.
Para realizar a pesquisa a Conab enviou a campo 50 técnicos entre os dias 30 de março e 9 de abril. Eles entrevistaram representantes de 382 usinas de álcool e açúcar, sindicatos e de órgãos públicos nos estados produtores de cana em todo o país.