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Acusado de assassinato de juiz pega 20 anos de prisão
Em sessão presidida pelo juiz Fernando César Salgado, o Tribunal do Júri de Rio Verde, Estado de Goiás, condenou anteontem (12), o ex-policial militar José Augusto Gonçalves da Silva a 20 anos de reclusão em regime fechado. A defesa do réu já avisou em plenário que recorrerá da condenação. Ele foi acusado de ter matado o juiz de direito Manoel Leite Barbosa em 6 de setembro de 1986, naquela cidade. Por seis votos a um, os jurados acataram as duas qualificadoras (circunstâncias que podem aumentar a pena) apresentadas na denúncia do Ministério Público (MP): a de que crime foi cometido por motivo torpe, uma vez que a vítima teria sido assassinada porque estava fazendo uma apuração sobre tráfico e outros delitos na cidade, sendo que o réu estava entre as pessoas investigadas, e a de uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, que foi alvejada de surpresa.
Segundo o MP, na noite do crime Manoel e sua mulher foram a um recital promovido pela cooperativa Comigo. Por volta das 23 horas, após voltar para casa e estacionar seu veículo na garagem, o juiz se dirigiu ao portão, para fechá-lo, momento em que foi surpreendido por José Augusto, que estava ali, de emboscada, nas imediações. Com um revólver calibre 38, o réu desferiu três tiros em Manoel, provocando sua morte.
Na época, o crime causou grande clamor público provocando profunda consternação na comunidade judiciária goiana e, inclusive, alcançando a mídia nacional, que acompanhou o andamento das investigações . Grande número de pessoas, sobretudo familiares do juiz compareceram ontem ao julgamento, que esteve praticamente lotado. A acusação, em plenário, foi feita pelo promotor Mário Henrique Cardoso Caixeta, que conseguiu derrubar a tese da defesa, de negativa de autoria
Texto: Patrícia Papini