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Venda de veículos cresce, mas máquinas agrícolas não

Gilberto Costa, ABr - 28 de janeiro de 2009 - 08:49

Brasília - A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) estancou a queda de venda de automóveis verificada em outubro e novembro do ano passado. Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nos v20 primeiros dias de janeiro, as vendas cresceram 9% em comparação com dezembro de 2008. O mesmo percentual de aumento já havia sido medido entre os dois últimos meses do ano passado.

O aumento de vendas, associado com a queda de produção nos últimos meses, fez com que os estoques de automóveis nas montadoras e concessionárias se reduzissem. Em novembro, havia estoque para 56 dias (305 mil veículos); e em dezembro, 36 dias (212 mil veículos). O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, estima que em janeiro o estoque fique entre 26 e 28 dias, volume que considera satisfatório.

A situação das vendas e dos estoques animou empresários e trabalhadores, que elogiaram a redução do IPI. “As medidas do governo impediram, de maneira contundente, que a queda em que estávamos continuasse a acontecer”, afirmou Schneider. Para o secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Valter Sanches, a redução do IPI teve “impacto positivo”.

No entanto, “o governo deu isso de graça”, sem exigência de “contrapartidas sociais”, disse Sanches, fazendo referência à manutenção de empregos. “O governo não pode deixar as empresas aproveitarem o momento para fazer ajustes estruturais”, afirmou o sindicalista, assinalando que as empresas estão capitalizadas com recursos públicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e experimentaram nos últimos cinco anos um grande crescimento de produção e vendas.

A cobrança de Sanches reproduz as reclamações do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, que defendeu a vinculação de empréstimos com dinheiro público à manutenção de empregos. Em defesa da indústria automobilística, o presidente da Anfavea, que esteve hoje (27) com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as demissões que ocorreram no setor respeitaram a legislação trabalhista.

Schneider e Sanches mostram-se, porém, preocupados com a saída de tratores e colheitadeiras. No período de novembro a dezembro do ano passado, a venda de máquinas agrícolas automotrizes no atacado caiu de 4.079 unidades para 3.547 unidades, segundo a Anfavea. Sanches relacionou a queda nas vendas de tratores e colheitadeiras à estiagem que aflige produtores agrícolas do sul do país e do Uruguai, Paraguai e Argentina.

“Existe uma queda significativa na venda de máquinas colheitadeiras, que são grandes utilizadoras de mão-de-obra”, admitiu Schneider. Para ele, a diminuição da demanda pelo maquinário agrícola tem a ver com queda no crédito para produtores rurais.

O número de empregos diretos da indústria automobilística no ano passado fechou com um saldo positivo de 6.500 postos de trabalho. Entre outubro e dezembro, no entanto, registrou-se a redução de 131,7 mil empregos para 128 mil.

No dia 9 de fevereiro, a Anfavea divulga os resultados da industria automobilística durante todo o mês de janeiro.




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