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Tamandaré poderá tornar-se Herói da Pátria
A Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal aprovou na última quarta-feira a proposta (PL 738/03) do Senado que determina a inscrição de Joaquim Marques Lisboa, conhecido como o Marquês de Tamandaré, no Livro dos Heróis da Pátria.
O livro encontra-se em Brasília, no Panteão da Liberdade e da Democracia, construído em 1986 na Praça dos Três Poderes em homenagem ao ex-presidente Tancredo Neves.
HISTÓRIA
O Almirante Joaquim Marques Lisboa (1807-1897) é considerado pela Marinha um retrato de sua própria história. Natural do Rio Grande do Sul, ingressou na Marinha como voluntário da Academia Imperial, praticante de piloto, na Consolidação da Independência (1823).
Tamandaré teve participação destacada na expulsão dos portugueses da Bahia, consolidando a Independência do Brasil. Embarcado na Fragata "Niterói", participou do combate de 4 de maio de 1823 contra a esquadra portuguesa e do cruzeiro desse navio em perseguição aos lusitanos, que deixaram a Bahia em 2 de julho de 1823.
Joaquim Lisboa também conseguiu pacificar os revoltosos das rebeliões ocorridas durante o Período Regencial (1831-1840), a exemplo da Setembrada (1831), Cabanagem (1835-1836), Sabinada (1837) e Revolução Farroupilha (1838), além de outras batalhas, como a Campanha Cisplatina (1825-1828) e a Campanha Oriental (1864-1865).
Sua maior atuação deu-se por ocasião da Guerra do Paraguai (1864-1870), quando chegou ao cargo de Comando-em-Chefe das Forças Navais do Brasil. Foi ele quem comandou a esquadra brasileira na vitória da batalha do Riachuelo. Ao final da Guerra, foi promovido a almirante.
Antes de receber o título de marquês, Joaquim Marques Lisboa foi barão, em 1860; visconde, em 1865; conde, em 1887; e foi declarado Patrono da Marinha Brasileira, por uma Lei de 1948.
Em 1957, uma nova lei criou a Medalha "Mérito Tamandaré" para homenagear aqueles que se destacam a serviço da Marinha. E, em homenagem à data de nascimento do Almirante, em 13 de dezembro comemora-se o Dia do Marinheiro.
Tamandaré morreu na cidade do Rio de Janeiro, em 20 de março de 1897.
O projeto será encaminhado para apreciação na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação. Já o PL 641/03, do deputado Elimar Máximo Damasceno (Prona-SP), que trata do mesmo assunto, foi rejeitado pela Comissão de Educação e deverá ser arquivado.
Reportagem - Mauren Rojahn
Edição - Daniela André