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Só reduzir juros não é o suficiente, diz Fazenda
A flexibilização da Política Monetária, iniciada com a redução da taxa básica de juros, no mês passado, não é garantia suficiente para a rápida retomada dos investimentos.
Para os técnicos do Ministério da Fazenda, responsáveis pelo Boletim de Conjuntura Econômica do mês de julho, divulgado hoje, "a volta do crescimento industrial, de forma sustentada, requer mudanças estruturais profundas, vinculadas à reforma tributária, ao aprimoramento do marco regulatório de diversos setores chaves como energia e comunicação, e a revisão do arcabouço legal referente à concessão do crédito".
Segundo o documento, essas reformulações, em conjunto com a reforma da previdência, já encaminhadas pelo governo, é que permitirão, de fato, reduzir os custos e estimular a efetiva implementação de planos de investimentos, elevando assim, de forma permanente, o patamar da "formação bruta de capital fixo".
Além disso, prevêem os técnicos, o aumento dos investimentos e a manutenção do ritmo das exportações que já vêm contribuindo positivamente para o desempenho da produção industrial desde 2002 - permitirão elevar a renda e o emprego e daí ampliar o consumo doméstico.
Nesse sentido, medidas governamentais recentes, como a recomposição do poder de compra do salário mínimo, os incentivos ao microcrédito, a utilização de folha de pagamento como garantia de empréstimos e a liberação dos saldos corrigidos do FGTS, podem ter seus efeitos sobre a demanda agregada potencializados, quando associados ao aumento de confiança do consumidor, afirmam os técnicos do Ministério da Fazenda.
(Daniel Lima)