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Reitores sugerem à Lula, mais vagas nas universidades

Agência Brasil - 06 de agosto de 2003 - 08:32

Dirigentes de 53 instituições federais de ensino superior entregaram ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento com 13 propostas de metas para serem atingidas nos próximos quatro anos. Entre as sugestões apresentadas no encontro, do qual também participou o ministro da Educação, Cristovam Buarque, duas mereceram atenção especial do presidente: a duplicação do número de alunos na graduação, que passaria de 524 mil para 1.048.000, e a oferta de mais 25 mil vagas nos vestibulares em cursos noturnos. A informação é da presidente da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Wrana Panizzi, reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que destacou o fato de pela primeira vez na história da universidade pública brasileira, os representantes das 53 instituições terem sido recebidos por um presidente da República.
Segundo a reitora, o presidente disse que as duas propostas merecem fazer parte do Plano Plurianual (PPA) e que a grande maioria poderá ser incluída. Para Lula, relatou Panizzi, é fundamental que a universidade pública recupere o seu papel de liderança na oferta de vagas. “Isso não significa que ele não respeite – e ele foi respeitoso no trato das universidades privadas. Entretanto ele sabe que se nós não aumentarmos as vagas nas universidades públicas, muitos dos nossos jovens não podem ter acesso à universidade", disse Panizzi. Lembrou porém que para isso são necessários recursos financeiros.
No documento, a Andifes manifesta preocupação com o orçamento destinado ao ensino superior público e com a proposta de reforma da Previdência que tramita no Congresso Nacional. Em relação à reforma, a Andifes também expressou apreensão em manifesto escrito entregue ao presidente. Os dirigentes temem que a proposta leve ao esvaziamento profissional das universidades públicas e a perda de quadros qualificados, com a corrida às aposentadorias. Mas, segundo a presidente da Andifes, a discussão sobre a reforma não foi aprofundada no encontro.
Segundo o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Rodolfo Joaquim Pinto da Cruz, o presidente “insistiu na necessidade que os professores permaneçam mais na universidade”. Cruz acrescentou que a proposta da Andifes é no sentido de que a condição de carreira do servidor público seja preservada.
A entidade também sugeriu, entre outras metas, a ocupação de 100% das vagas oferecidas em cada semestre; a formação de 50 mil professores; a criação de um programa para titular 250 mil professores das redes estadual e municipal que não possuem graduação; a duplicação das atividades de extensão de caráter social, como as relacionadas a nutrição, segurança pública, alfabetização.
Segundo a presidente da Andifes, o discurso de Lula não se restringiu à área educacional. Ele também tratou de outros temas ligados à conjuntura nacional, e fez um relato das políticas adotadas pelo governo. No entendimento de Panizzi, o fato do presidente ter dedicado duas horas ao diálogo com os reitores demonstra que, para ele, as universidades têm um papel estratégico e estão “profundamente ligadas ao projeto de desenvolvimento nacional”.
O presidente também se dispôs a promover encontros periódicos com os reitores, para discutir temas específicos, conforme relato de Panizzi. Segundo ela, Lula propôs a realização de um evento no Nordeste, aberto à comunidade em geral, em que seriam tratadas questões relacionadas ao semi-árido, entre outros temas.(Juliana Andrade)

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