Durante a votação do processo contra o deputado José Mentor (PT-SP), quatorze deputados declararam seu voto a favor da cassação. Sete do Psol, seis do PV e mais a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) abriram seus votos, contrariando orientação do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Rebelo havia pedido aos parlamentares que não abrissem seus votos, uma vez que a Constituição estabelece votação secreta para os processos de cassação.

Todos os votos abertos, segundo o deputado João Alfredo (Psol-CE), foram pela cassação de Mentor. "O voto não é do parlamentar. Ele é do eleitor que o deputado representa. Portanto, o eleitor tem o direito de saber como o seu representante votou", disse Alfredo.

"Tivemos um gesto de pequiníssima desobediência civil ao mostrarmos os votos. Punir os que revelaram seus votos é no mínimo um teatro do absurdo", disse o deputado Chico Alencar (Psol-RJ). Segundo Alencar, essa atitude de abrir os votos é o início de uma caminhada para que todos os votos sejam abertos com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição, que acaba com as votações secretas em todos os legislativos.