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Professores serão capacitados para lecionar no campo
Com o projeto de levar alfabetização para 5 mil pessoas na zona rural de Mato Grosso do Sul, o MOVA 2004 vai trabalhar com o professor que tenha o ensino médio completo. A coordenadora de educação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), Elizandra Gonçalves do Nascimento, lembra que a escolarização adequada é uma deficiência nos assentamentos e acampamentos. Quem tem o ensino médio ou o magistério está nas salas de aula da cidade. Mas a iniciativa da secretaria de capacitar esses professores é importante porque assim é possível superar essa dificuldade, afirma.
O MST formará, a princípio, 50 turmas de alfabetização através de um convênio com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária. No entanto, a expectativa é de que, com uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação, seja possível abrir novas turmas.
A Secretaria do Estado de Educação pretende capacitar, este ano, pelo menos 300 alfabetizadores, embora o número de professores esteja relacionado ao número de turmas formadas nos 109 assentamentos, em 46 municípios, e 124 acampamentos, em 49 municípios de Mato Grosso do Sul. Elizandra Nascimento acrescenta que no início do ano cerca de 35 pessoas do MST receberam a formação oferecida pela Secretaria, através do Comitê Estadual de Educação do Campo. A capacitação continuada é importante para a permanência no campo e a conquista de novas escolas, destaca.
Segundo a assessoria do governo estadual, o coordenador de educação da Comissão Pastoral da Terra regional, Valdevino Santiago diz que outro obstáculo que precisa ser superado é a motivação do alfabetizando, porque, devido às distâncias, á muita dificuldade em reunir a turma. Nós faremos um trabalho para organizar essas pessoas, mobilizá-las para a educação popular, acrescenta. A Comissão Pastoral da Terra foi a primeira entidade a trabalhar a alfabetização nos assentamentos e acampamentos do estado, há 20 anos.