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Mulheres criticam criação de vagão exclusivo em trens

Aline Beckstein/ABr - 24 de abril de 2006 - 18:44

A lei estadual que cria vagões exclusivos para mulheres nas composições de trens e no metrô, em vigor desde hoje, foi criticada pela Articulação de Mulheres Brasileiras. A entidade reúne mais de 200 organizações não-governamentais e associações de mulheres de todos os estados do Brasil.

Segundo a coordenadora da Articulação no Rio, Rogéria Peixinho, a lei promove a segregação e parte de uma premissa retrógrada: "Separar homens e mulheres é como voltar atrás na luta feminina que sempre buscou a igualdade e a convivência entre os gêneros. Parece o tempo da minha avó, quando se achava melhor separar meninos e meninas até mesmo na escola".

Outro temor que ela manifestou é o de que as mulheres venham a ser ainda mais desrespeitadas por conta na nova lei: "Há apenas um vagão para as mulheres. No horário do rush, se elas forem buscar outros vagões poderão acabar molestadas e ser alvo de deboche".

Na SuperVia, responsável pelos trens urbanos, os vagões exclusivos são o primeiro ou o último da composição, dependendo do local da plataforma em que o usuário estiver. Já no metrô, o vagão feminino será sempre o segundo carro no sentido Zona Sul e o penúltimo no sentido Zona Norte.

Para Rogéria Peixinho, o trabalho deveria ser no sentido de garantir a segurança das mulheres. Ela defendeu a realização de "campanhas de conscientização ao respeito nos meios de transporte, inclusive ônibus". E a fiscalização: "Hoje, se uma mulher é molestada num transporte público ela não ter a que recorrer. Não existem seguranças em trens ou no metrô".

De acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, o Rio de Janeiro é o único estado brasileiro a adotar a separação de vagões em trens e metrô. A lei é de autoria do deputado estadual, Jorge Picciani (PMDB).

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