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Mato Grosso fica fora do horário de verão
O horário de verão, neste ano, começa à zero hora do dia 19 de outubro, quando os relógios deverão ser adiantados em uma hora. O novo horário termina às 24 horas do dia 14 de fevereiro de 2004, e inclui as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, menos o estado de Mato Grosso. Ao fazer o anúncio hoje, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, explicou que as regiões Norte e Nordeste e o estado de Mato Grosso têm condições de operar sem risco de corte de consumo durante o verão, daí porque ficaram fora do novo horário.
O horário de verão termina uma semana antes do Carnaval. Segundo a ministra, essa foi a melhor opção encontrada, porque não atrapalha os foliões e beneficia os alunos que em algumas regiões estão voltando as aulas. Se o novo horário fosse ao contrário, os alunos que estudam pela manhã sairiam de casa ainda no escuro, com risco para sua segurança. De acordo com a ministra, é de apenas 0,5% a economia de energia nos quatro meses de vigência do horário de verão, mas isso dá mais confiabilidade e segurança ao sistema elétrico, evitando possíveis cortes de energia. "O horário de verão é mais um seguro contra o corte de carga", afirmou.
A ministra informou que, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), com o horário de verão, a redução na demanda de energia no horário de pico (entre 17h e 19h30) deve ser de 5% nas regiões sudeste e centro-oeste, e de 6% na região sul. Ela observou que o ONS foi o responsável pela fundamentação técnica que definiu que estados adotariam, ou não, o novo horário.
Dilma fez questão de destacar que houve um estudo criterioso, por estado, para apurar a real necessidade do horário de verão. Ela admitiu que em alguns estados a população é contra a adoção do novo horário e concordou, por exemplo, que "não tem sentido" a inclusão da Bahia no horário de verão.
A ministra deu exemplos também de pessoas que não questionam se os seus estados vão ou não entrar no horário de verão, mas estão interessadas na vigência do novo horário, por motivos mais pessoais. Segundo ela, o maior interesse por esse tipo de informação partiu das noivas, que precisavam da confirmação da entrada em vigor do horário de verão para marcar a data do casamento. Em segundo lugar, ficaram os donos de hotéis, preocupados com os turistas no verão.
A ministra garantiu que, do ponto de vista elétrico, vai chegar um momento que não será mais necessária a utilização do horário de verão. Segundo ela, isso poderá ocorrer sem prejuízo do crescimento econômico do país. Como exemplo, ela citou o Distrito Federal, que tem obras em andamento, e poderá ficar fora do novo horário no próximo ano. "Acredito que em algumas regiões o horário de verão deixe de ocorrer", estimou.
Sobre o risco de novos racionamentos de energia elétrica, Dilma assegurou que "não há a menor hipótese". Segundo ela, há sobra de energia. No momento, estão em andamento 50 hidrelétricas e dez termoelétricas e o governo monitora projetos futuros, de forma a garantir energia suficiente para atender a demanda.
A ministra garantiu também que o governo está tomando todas as providências, inclusive com reforço de sistemas que são estratégicos e que permitem o desligamento entre as regiões para evitar apagões. Ela informou que no próximo dia 23 serão licitados sete blocos de transmissão e que haverá outra licitação entre o final deste ano e o início de 2004. "Estamos tomando todas as providências para evitar os apagões", enfatizou.