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Geral

Manoel Afonso escreve sobre Fiori Giglioti

Manoel Afonso - 09 de junho de 2006 - 07:53

Fiori Gigliotti
Fiori Gigliotti

FIORI GIGLIOTTI NO MEU CANTINHO DE SAUDADE.


Escrevi sobre tanta gente, porque não sobre o Fiori? Logo ele que me deu tantas alegrias desde a infância, que conseguiu aguçar a minha imaginação ouvindo suas transmissões de futebol. Em Rio Preto, quando os times grandes jogavam contra o América, a gente torcia para que o narrador escalado fosse ele. Várias vezes conversei com ele ali na rua Bernardino de Campos ou nos restaurantes e bares centrais. Era simples, atencioso, anotava o nome das pessoas para depois mandar um alô na programação esportiva da Bandeirantes. Em 1984, quando estive na Radio Bandeirantes para acertar a compra do transmissor da Patriarca, falei com ele. Gentilmente atendeu ao pedido, enviando depois uma mensagem de cumprimentos pela inauguração da rádio. E mais, falou no programa “Bandeirantes no Esporte”, da nossa visita e do início das atividades da emissora. Aliás, o título acima, foi inspirado na crônica que ele fazia naquele programa, quando homenageava os craques do passando.

Quem não se arrepiou ao ouvir os bordões inesquecíveis do Fiori? Agüenta Coração, Abrem-se as cortinas, começa o espetáculo, É fogo...é góllllllll, torcida brasileira, não adianta chorar..., a noite vem chegando para abraçar a tarde que vai indo embora, são alguns deles. Natural de Barra Bonita, Fiori tinha carinho especial com o interior. Nas transmissões, inventou um jeito de homenagear as cidades e quando falava de um craque, referia-se a sua cidade, dizendo por exemplo: Baldochi – o moço de Batatais. Fiori foi além: montou o famoso “Escrete do Rádio”, jogava nas cidades de São Paulo, Paraná e Minas Gerais principalmente. Onde ia, era uma festa. Os estádios ficavam lotados para vê-lo e abraçá-lo. Fiori recebeu mais de uma centena de títulos de cidadania, numa prova inequívoca de sua popularidade.

Assisti emocionado sua entrevista no programa do Boris Casoy, onde falou de sua trajetória e de suas alegrias. Até narrou lances de gols inesquecíveis. Ano passado ele esteve em Corumbá e proferiu palestra no Congresso dos Cronistas Esportivos. Ouvi sua entrevista numa emissora da capital e adorei. A última notícia que tinha dele é que estaria atuando como comentarista na rádio Capital de São Paulo, após atuar por muitos anos na Bandeirantes, Record e Capital de São Paulo.

Pode parecer ironia do destino, ou mesmo a mão de Deus. Aos 77 anos, Fiori foi embora ás vésperas de uma Copa do Mundo. Vai assisti-la de camarote especial, dos bons, de alma pura. No meio da correria da cidade grande, reservei uns minutos para falar do nosso eterno ídolo Fiori. Agora não adianta chorar. Fecham-se as cortinas, termina o espetáculo.

Manoel Afonso


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