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Liberadas - Quatro fazendas com foco da aftosa no PR

24 de junho de 2006 - 09:21

A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) confirmou nesta sexta-feira (23) que quatro das sete fazendas decretadas como foco de febre aftosa no Paraná já foram liberadas para repovoamento.

Os exames dos animais-sentinelas da Cesumar e Pedra Preta, em Maringá, Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso e Santa Izabel, em Grandes Rios deram negativo. Na Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira e São Paulo e Alto Alegre, em Loanda, a sorologia ainda não foi concluída. A intenção da Seab é encerrar está etapa em 30 dias. Os sentinelas são bovinos jovens, sem proteção e suscetíveis à aftosa.

O objetivo é detectar se existe atividade viral na propriedade. Por uma questão estratégica, esses animais foram adquiridos em Santa Catarina, que não vacina seu rebanho há 10 anos. “É uma maneira de eliminar dúvidas sobre a presença de anticorpos”, diz Newton Pohl Ribas, secretário estadual de Agricultura, para quem o resultado dos exames reforça a tese de que não houve aftosa no Paraná.

O estado catarinense mantém o status de livre de aftosa sem vacinação. A Seab também apresentou os resultados das coletas feitas nas propriedades da área de risco, dentro do raio de 10 quilômetros dos focos. Foram coletadas 10.300 amostras, das quais 10.205 deram negativo e 95 ainda aguardam o laudo.

As fazendas que deram negativo e aquelas que estão nessa área mas não entraram na amostragem já foram liberadas para movimentação de animais. Pohl Ribas justificou o atraso na sorologia à greve administrativa do Ministério da Agricultura (Mapa) e à falta de insumos nos laboratórios nacionais para a realização dos testes.

O secretário explica que o Paraná está cumprindo todas as determinações da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), mas ele faz um alerta de que se não houver um controle mais rigoroso na área considera de risco (fronteira com Paraguai, Argentina e Bolívia), “o controle sanitário do Brasil está em xeque”.

Pohl Ribas defende uma proposta do estado que já foi apresentada ao Mapa de vigilância epidemiológica nas fronteiras internacionais. Os municípios numa faixa de 25 quilômetros seriam submetidos a um trabalho de vacinação assistida, identificação individual dos animais, educação sanitária e as propriedades passariam a ser monitoradas por um sistema de georreferenciamento. Na entrevista coletiva convocada pela Seab para apresentar o balanço da aftosa, também estavam presente o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Alexandre Lopes Kireeff e o proprietário da Fazenda Cachoeira, André Carioba.

O pecuarista só está aguardando o fim da sorologia para acionar o governo federal na Justiça. Ele vai reclamar o lucro-cessante dos meses em que sua área ficou interditada (já são sete meses). Carioba calcula um prejuízo de R$ 2 milhões. Alexandre Kireeff informou que os demais produtores também vão buscar ressarcimento. A suspeita de febre aftosa no Paraná foi anunciada no dia 21 de outubro. Em 6 de dezembro o Mapa decretou sete fazendas, em cinco municípios, como foco da doença. O estado e os pecuaristas contestaram, mas no mês de março 6.718 animais foram sacrificados.

Em Mato Grosso do Sul, foram mortas 33 mil cabeças. O secretário de Agricultura acredita que o estado voltará a ser declarado área livre de aftosa em outubro, seis meses após a conclusão dos sacrifícios.

A Seab encaminhou ao Mapa uma solicitação de R$ 8,14 milhões em recursos para serem aplicados em ações de prevenção, controle e erradicação das doenças dos animais. Pohl Ribas lembra que há três anos o Paraná não recebe verba federal para a Defesa Sanitária Animal e Vegetal, apesar de o estado ter recusado uma oferta de R$ 1,5 milhão do Ministério da Agricultura para o trabalho de combate à aftosa.



Informações - Gazeta do Povo

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