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Índios abrem mãos de costumes para ter direitos

Ana Paula Marra/ABr - 16 de abril de 2006 - 11:26

Para ter acesso aos seus direitos, cada vez mais os povos indígenas vêm abrindo mão de costumes e hábitos tradicionais. A avaliação é do integrante da Comissão Organizadora da 1ª Conferência Nacional dos Povos Indígenas, Pedro Tarianô.

Ele acha que deveria ser o contrário. "O homem branco (deveria) conhecer a nossa realidade e aprender a se adaptar a ela, com as nossas diferenças, e nos respeitar", disse, em entrevista à Radiobrás.

Tarianô acredita que as múltiplas diferenças existentes entre os povos indígenas não dificultam chegar a um consenso sobre determinadas questões, já que essas diferenças são apenas étnicas.

"O nosso pensamento e as lutas são únicos, uniformes. Às vezes temos dificuldades é de entendimento, por conta das diferenças étnicas, mas que ao longo dos debates são superadas".

Outro organizador da Conferência Nacional dos Indígenas, Ubiratan Wapichana, também afirmou que as diferenças étnicas não são motivos para desentendimentos entre os povos indígenas.

Sobre a conferência, que segue até o próxima quarta-feira (19), Wapichana acredita que produzirá "bons" resultados.

"Não é fácil organizar uma conferência como essa, mas acima de tudo prevalece entre nós indígenas a vontade de lutar por nossos direitos. Daqui sairão propostas consensuais, demandas que serão apresentadas ao Estado brasileiro".

Na 1ª Conferência Nacional dos Povos Indígenas, que começou no último dia 12, estão sendo discutidas questões pertinentes à política indigenista brasileira.

A realização do evento atende a decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definição de uma política indigenista formulada pelo poder público em sintonia com as demandas desse segmento da população.

O objetivo é garantir o respeito pleno ao direito dos índios, tais como autonomia, política, educação, saúde, gestão territorial e a criação do Conselho Nacional de Políticas Indígenas. A conferência ocorre em Brasília.

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