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Homem morto por causa do cerol tinha recém saído de casa
Cerca de cinco minutos após ter saído de casa, Valdir Rodrigues Cavalcante, 36 anos, foi mais uma vítima da brincadeira inconseqüente de crianças e adultos: a guerra de pipas com uso do cerol. O motociclista foi degolado.
De acordo com familiares de Valdir, ele morava no bairro Aero Rancho, local do acidente, e tinha saído de casa havia cinco minutos, provavelmente para passear.
Valdir conduzia uma Honda Twister de placa HSN- 1527 pela avenida Norte-Sul, sentido bairro centro, quando foi atingido por uma linha de pipa com cerol.
A dona de casa Ilza Inácio, 50 anos, estava em frente à residência dela e viu quando Valdir começou a frear a moto e caiu. Fiquei assustada e sai correndo. Ele estava sentado, segurando o pescoço.
Ilza disse que tirou o capacete dele e o viu segurando o pescoço, ainda vivo. Mais pessoas se aproximaram e tentaram ajudar. Até um enfermeiro que mora aqui perto ajudou, falou Ilza. Pelo relato dela, é possível perceber que Valdir tentava estancar o sangue e que populares tentaram de tudo para ele sobreviver.
No entanto, segundo ela, o corte no pescoço era muito profundo e Valdir não resistiu e morreu rapidamente. Como foi degolado, perdeu muito sangue.
Quando percebeu que não havia mais pulsação e que Valdir estava morto, Ilza pegou um lençol da casa dela e jogou sobre o corpo.
Um homem que também tentou deixar Valdir vivo, até a chegada do atendimento especializado, disse que pegou o celular dele, viu que estava sem bateria, tirou o chip, colocou em outro aparelho, acessou a agenda e avisou a família.
Família que esta completamente chocada com o acidente. Sem conseguir dizer muita coisa, o irmão da vítima, Ademar Rodrigues Cavalcanti, contou que Valdir morava com o pai e com as duas filhas adolescentes.
A esposa de Ademar, Ana Campos, falou que o cunhado trabalhava na empresa Águas Guariroba.
Para ela, os pais precisam ter mais controle com os filhos, principalmente quando a brincadeira deles é a guerra de pipas. A recepcionista Josiane Pereira de Oliveira, 19 anos, tem a mesma opinião que Ana. É precisa cobrar dos pais mais responsabilidade sobre os filhos.
Josiane tem motocicleta e a utiliza todos os dias para ir e voltar do serviço. Sou obrigada pela necessidade, mas sei que é muito inseguro. Toda hora esse cerol faz uma vítima. Ou machuca, ou mata.
A linha que cortou o pescoço de Valdir foi recolhida pela perícia técnica, que vai analisar o material. É possível que até nimalha de ferro tenha sido usada na mistura de cola e vidro.
O delegado que foi ao local, José Eduardo Davanço, disse que o primeiro passo será ouvir testemunhas.
O acidente reuniu centenas de populares. Moradores da região e pessoas que passavam pelo local. Todos muito revoltados com a situação. Uns chegaram a dizer que não são só crianças e adolescentes que brincam com o cerol, mas também adultos.
Na segunda-feira (23 de fevereiro), Marcos Aparecido Pardin, de 25 anos, teve o pescoço cortado por uma linha com cerol, enquanto passava de moto por uma das ruas do bairro Coophavila II. O corte foi de cerca de 15 centímetros de comprimento.