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Geral

Homem morto por causa do cerol tinha recém saído de casa

Nadyenka Castro e Aline dos Santos, Campo Grande News - 01 de março de 2009 - 17:03

Cerca de cinco minutos após ter saído de casa, Valdir Rodrigues Cavalcante, 36 anos, foi mais uma vítima da brincadeira inconseqüente de crianças e adultos: a guerra de pipas com uso do cerol. O motociclista foi degolado.

De acordo com familiares de Valdir, ele morava no bairro Aero Rancho, local do acidente, e tinha saído de casa havia cinco minutos, provavelmente para passear.

Valdir conduzia uma Honda Twister de placa HSN- 1527 pela avenida Norte-Sul, sentido bairro – centro, quando foi atingido por uma linha de pipa com cerol.

A dona de casa Ilza Inácio, 50 anos, estava em frente à residência dela e viu quando Valdir começou a frear a moto e caiu. “Fiquei assustada e sai correndo. Ele estava sentado, segurando o pescoço”.

Ilza disse que tirou o capacete dele e o viu segurando o pescoço, ainda vivo. Mais pessoas se aproximaram e tentaram ajudar. “Até um enfermeiro que mora aqui perto ajudou”, falou Ilza. Pelo relato dela, é possível perceber que Valdir tentava estancar o sangue e que populares tentaram de tudo para ele sobreviver.

No entanto, segundo ela, o corte no pescoço era muito profundo e Valdir não resistiu e morreu rapidamente. Como foi degolado, perdeu muito sangue.


Quando percebeu que não havia mais pulsação e que Valdir estava morto, Ilza pegou um lençol da casa dela e jogou sobre o corpo.

Um homem que também tentou deixar Valdir vivo, até a chegada do atendimento especializado, disse que pegou o celular dele, viu que estava sem bateria, tirou o chip, colocou em outro aparelho, acessou a agenda e avisou a família.

Família que esta completamente chocada com o acidente. Sem conseguir dizer muita coisa, o irmão da vítima, Ademar Rodrigues Cavalcanti, contou que Valdir morava com o pai e com as duas filhas adolescentes.

A esposa de Ademar, Ana Campos, falou que o cunhado trabalhava na empresa Águas Guariroba.

Para ela, os pais precisam ter mais controle com os filhos, principalmente quando a brincadeira deles é a guerra de pipas. A recepcionista Josiane Pereira de Oliveira, 19 anos, tem a mesma opinião que Ana. “É precisa cobrar dos pais mais responsabilidade sobre os filhos”.

Josiane tem motocicleta e a utiliza todos os dias para ir e voltar do serviço. “Sou obrigada pela necessidade, mas sei que é muito inseguro. Toda hora esse cerol faz uma vítima. Ou machuca, ou mata”.

A linha que cortou o pescoço de Valdir foi recolhida pela perícia técnica, que vai analisar o material. É possível que até nimalha de ferro tenha sido usada na mistura de cola e vidro.

O delegado que foi ao local, José Eduardo Davanço, disse que o primeiro passo será ouvir testemunhas.

O acidente reuniu centenas de populares. Moradores da região e pessoas que passavam pelo local. Todos muito revoltados com a situação. Uns chegaram a dizer que não são só crianças e adolescentes que “brincam” com o cerol, mas também adultos.

Na segunda-feira (23 de fevereiro), Marcos Aparecido Pardin, de 25 anos, teve o pescoço cortado por uma linha com cerol, enquanto passava de moto por uma das ruas do bairro Coophavila II. O corte foi de cerca de 15 centímetros de comprimento.

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