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Fipe mantém expectativa de inflação
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) mantém a previsão de 7% de inflação no ano, mesmo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrando um aumento de preços de 0,91% na cidade de São Paulo na primeira quadrissemana de setembro. O resultado é o mais alto desde a segunda quadrissemana de março, quando o índice apresentou variação de 0,92%. O coordenador da pesquisa, Heron do Carmo, alterou a previsão de inflação de setembro de 0,40% para 0,60%.
Houve uma pressão mais forte nos preços controlados, como tarifas públicas. A expectativa é que continue o rescaldo de sobe e desce do ano passado. O período é muito volátil. Precisamos de mais tempo (para obter uma estabilização), afirmou Heron, lembrando que a volatilidade dos preços já era esperada. Isso não assusta ninguém, comentou.
Os principais setores que influenciaram o índice foram habitação (2,33%), saúde (0,84%), transportes (0,5%), alimentação (0,11%) e educação (0,07%). Despesas pessoais e
vestuário, no entanto, apresentaram retração de 0,05% e 0,22%, respectivamente.
Os principais produtos que pressionaram os preços foram energia elétrica (com contribuição de 0,37%), tarifas telefônicas fixas (0,29%), cigarros (0,06%) e contratos de assistência médica (0,04%). As maiores deflações ficaram com o setor de turismo de viagens (com contribuição de 0,10%), batata (0,04%), feijão (0,04%) e gasolina (0,02%).
O cenário brasileiro está tranqüilo. Desde maio que a inflação tem se comportado muito melhor do que o previsto. Não deve haver grandes surpresas. A questão agora é a atividade do mercado, afirmou o coordenador da Fipe.
Ele disse que há uma expectativa de aumento nos preços de serviços públicos de água e tratamento de esgoto para outubro. A Fipe calcula o IPC, na capital paulista, com base em aproximadamente 110 mil tomadas de preços semanais.