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Em MS, negros são maioria dos informais e ganham 56,4% a menos que brancos

Síntese do Índices Sociais mostra a desigualdade racial em números.

Correio do Estado - 05 de dezembro de 2021 - 09:30

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgou, na sexta-feira (3), os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) relativos a 2021 . 

O resultado é baseado na Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PNAD) de 2012 a 2020, PNAD Covid-19 e a Pesquisa Nacional de Saúde. 

Um dos setores pesquisados foi o do mercado de trabalho considerando a raça e cor dos trabalhadores. Em Mato Grosso do Sul (MS), como no Brasil, o cenário mostra uma grande desigualdade em renda e moradia entre brancos, pardos e negros. 

Segundo o levantamento, pretos e pardos têm maiores taxas de desocupação e informalidade que os brancos. Além disso, estão mais presentes nas faixas de pobreza e extrema pobreza, bem como moram em domicílios com algum tipo de inadequação. 

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Em MS, negros são maioria dos informais e ganham 56,4% a menos que brancos - Arquivo Correio do Estado

Os resultados mostram que em Mato Grosso do Sul, em 2020, a taxa de desocupação entre pessoas pretas e pardas era de 10,3%, enquanto entre brancos o índice registrado foi de R$ 8,3%. 

Contudo, quando ocupados, negros e pardos representam a maior parte de empregados na informalidade, chegando à 41,5%. Já a população branca era 34,6% no mercado informal em 2020.  

O coordenador da SIS, João Hallak, explica que o cenário é uma característica histórica no país. Esses dados colocam negros e pardos em um grupo mais vulnerável que, inclusive perde direitos por conta da desigualdade. 

“É um grupo que requer atenção, é um grupo mais vulnerável, que não vai poder ter aposentadoria por tempo de serviço, que não tem direito a licenças remuneradas por afastamento por motivo de saúde ou licença gestante, então são mais vulneráveis em termos de pessoal ocupado”, pontua

Uma das alavancas desse contraste notada entre as raças é a diferença salarial entre os dois grupos. No estado, trabalhadores brancos costumam receber 56,4%, isto é R$ 2.953, a mais que pessoas negras ou pardas. 

Além disso, o rendimento médio per capita foi de R $1.424,00 em 2020, quando houve queda de 5,6% em relação à 2019 e um aumento de R$ 9,5% se comparado com 2012, quando se iniciou a série histórica. 

Por outro lado, se o recorte for feito por cor, os números ficam o seguinte: a renda per capita entre negros e pardos foi 36,7% menor que a população branca. Enquanto o primeiro tem rendimento de R$ 1.126,00, brancos tiveram renda per capita de R$ 1.781,00

Em um cenário simulado onde não houvesse programas de distribuição de renda em 2020, o rendimento domiciliar per capita em MS teria sido de R$ 1.347,00, dando uma diferença de cerca de 7,3% ante o rendimento recebidos com os programas que possibilitou esse valor ser de R$ 1.424.

Para finalizar, a pesquisa ainda mostra que em MS, negros representam 62,9% da população com os 10% menores rendimentos e 30,9% daqueles entre os 10% da população com os maiores rendimentos. 

Por sua vez, brancos eram os 35,5% das pessoas com os 10% menores rendimentos e 64,7% entre os 10% da população com os maiores rendimentos.

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