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Dona da Daslu é condenada a 94 anos e meio de prisão
São Paulo - A proprietária da loja Daslu, Eliana Tranchesi, e seu irmão Antonio Carlos Piva de Albuquerque foram condenados pela Justiça Federal de primeira instância, a 94 anos e meio de prisão pelos crimes de fraude em importações, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Os irmãos foram presos hoje (26), em São Paulo, pela Polícia Federal, após decretação da sentença pela juíza Maria Isabel do Prado. Eliana Tranchesi foi levada para a Penitenciária Feminina do Carandiru.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, na Operação Narciso da Polícia Federal, em 2005, Eliana Tranchesi e seu irmão teriam comandado uma organização criminosa para realizar importações fraudulentas e subfaturadas por meio de quatro importadoras, constituídas, ou não, especialmente para a fraude.
As investigações detectaram provas de seis importações fraudulentas consumadas e três tentadas, praticadas pela quadrilha, cujas penas, conforme a lei, foram determinadas em dobro em virtude de o crime ter sido efetivado por via aérea.
Em entrevista coletiva concedida na tarde de hoje (26), em São Paulo, o procurador Matheus Baraldi Magnani afirmou que a juíza Maria Isabel do Prado considerou a denúncia feita pelo Ministério Público Federal e condenou os réus a penas severas. A sentença chegou a essas penas inclusive em razão de um argumento muito forte: eles não precisavam disso, afirmou
Segundo o procurador, o argumento se baseou na cobiça dos condenados e no gigantesco e bilionário esquema delinqüencial, montado pela organização criminosa. O prejuízo para os cofres públicos, segundo Magnani, pode chegar a R$ 1 bilhão, sendo R$ 600 milhões na área federal.
Além dos irmãos, também foi preso hoje Celso de Lima, proprietário da importadora Multimport, condenado a 53 anos de cadeia. No mesmo processo, a juíza também condenou André de Moura Beukers, da importadora Kinsberg, a 25 anos de prisão; Christian Pólo, da importadora By Brasil, a 14 anos de prisão; e Roberto Fakhouri Júnior e Rodrigo Nardi, da importadora Todos os Santos, que receberam penas de 14 anos de prisão. Eles estão sendo procurados pela Polícia Federal.