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Dólar sobe 2,99% em uma semana
O dólar deu uma nova prova de que os investidores estão inseguros com os rumos da economia nacional e mundial, e encerrou a semana registrando alta acumulada de 2,99%. No pregão desta sexta-feira, a alta chegou a 1,52%, elevando a cotação para R$ 2,208, o maior preço desde 29 de março deste ano. De acordo com a Reuters, desde o final da última semana a divisa norte-americana assumiu tendência acentuada de alta, registrando quedas pontuais em alguns dias. A razão para a volatilidade do mercado está nos números da economia dos Estados Unidos, com o receio de que uma inflação mais elevada naquele país poderá levar o Federal Reserve a manter o ciclo de aperto monetário que poderia desencadear a desaceleração da economia global.
Essa ameaça de problemas futuros levaram os investidores a adotarem posturas mais conservadoras, com restrições especialmente aos ativos dos países emergentes, como é o caso do real. Outra conseqüência foi o fortalecimento do dólar frente ao euro, iene e outras moedas. Nacionalmente, a preocupação é voltada à postura do Ministério da Fazenda, que dá indícios de alterar a legislação cambial, o que desvalorizaria o real e beneficiaria os exportadores.
O ministro Guido Mantega disse a veículos de comunicação do Brasil que estaria disposto a antecipar medidas do projeto de liberalização cambial, que tramita no Congresso Nacional e prevê, dentre outras medidas, o fim da cobertura cambial regra que obriga os exportadores a trazerem para o Brasil os recursos de vendas feitas no exterior. Analistas acreditam que isso não traria um impacto considerável à cotação do dólar, mantendo a cotação no patamar dos R$ 2,15 (contra a barreira psicológica de R$ 2,10 vivenciada há algumas semanas no cenário brasileiro).