O diretor do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Jamil Haddad, pediu demissão hoje do cargo durante reunião com o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Jorge Solla. “O ministério pediu para que eu continuasse à frente do instituto, mas não me sinto mais em condições, já que perdi a confiança em pessoas que, aparentemente, eram de minha inteira confiança”, disse - referindo-se aos cinco diretores de Unidade que, no último dia 23, entregaram seus cargos, juntamente com os coordenadores e os chefes de serviço.

Haddad, ex-ministro da Saúde e ex-deputado pelo PSB, disse acreditar que, se continuasse no cargo, sofreria boicotes sobre a sua administração.Os técnicos denunciaram a coordenadora de Administração, Zélia Abdulmacih, por má-gestão, incompetência administrativa e como responsável pelo desabastecimento do hospital, cujos estoques de medicamentos estão quase esgotados. Haddad disse, durante coletiva à imprensa, que a crise de desabastecimento de medicamentos é real e que foi constatada após ele assumir o cargo.

Durante a reunião, Haddad sugeriu ao secretário Solla que nomeasse, como substituto, Walter Roriz (atual chefe de gabinete de Jamil). “Ele poderá, junto com o ministério, estudar uma nova estrutura para esta instituição, porque a população não pode ser prejudicada”, disse, afirmando que a orientação do Ministério da Saúde era para que permanecesse no cargo e demitisse toda a diretoria.

“Antes de entregar meu pedido de demissão vou exonerar todos os diretores das unidades, todos os coordenadores nomeados por mim”, esclareceu. (Angélica Gramático)