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Deputado de MS gasta R$ 44 mil em combustível em 3 meses
A polêmica criada na Câmara dos Deputados acerca do pagamento de verbas indenizatórias aos parlamentares pode ganhar maiores proporções, após denuncia formalizada para apurar gastos de deputados com o funcionamento de seus escritórios no interior. O presidente da Casa, Aldo Rebelo (PC do B/SP) prometeu não se restringir ao caso do deputado Francisco Rodrigues (PFL/RR), que gastou R$ 60 mil entre janeiro e março com combustíveis e foi indenizado. O deputado roraimense admitiu à reportagem da Folha Online que, quando não consegue notas para ressarcir suas despesas, apresenta notas de gastos com combustíveis.
Regimentalmente, os deputados tem direito a receber R$ 15 mil mensais como verba indenizatória, para ressarcir despesas de manutenção de escritórios nos Estados. Em 2005, os gastos da Câmara chegaram a R$ 41 milhões penas no pagamento de combustíveis. O uso e o destino desses recursos devem ser submetidos à apreciação da Mesa da Câmara. Há quem defenda que seja modificado e há quem defenda que os valores sejam incorporados aos salários, adiantou Rebelo.
Os parlamentares de Mato Grosso do Sul não fogem à regra, e têm direito à indenização. De acordo com dados coletados no site da Câmara dos Deputados, quatro deputados tiveram, até abril, gastos superiores a R$ 41 mil referentes a material de informática, custeio de escritórios de representação, hospedagem e outros. O campeão foi o deputado federal Geraldo Resende (PPS), que, nos quatro meses, gastou R$ 59,5 mil, sendo R$ 35,2 mil com combustíveis.
Em segundo lugar no período, está o petista João Grandão, com gastos de R$ 57,5 mil, dos quais R$ 25,6 mil foram usados em combustíveis. Vander Loubet (PT), utilizou R$ 49,3 mil, sendo R$ 11,6 mil com combustível. O também petista Antônio Carlos Biffi utilizou R$ 41,3 mil com combustíveis, sendo R$ 26,2 mil em combustíveis.
Quanto aos outros quatro deputados sul-mato-grossenses, os dados no site da Casa de Leis, até a manhã de hoje, eram relativos até o mês de março. Nesse grupo, Nelson Trad (PMDB) foi quem totalizou mais gastos: cerca de R$ 46 mil, utilizando R$ 17,9 mil para o custeio de combustíveis. Waldemir Moka (PMDB) justificou R$ 42,1 mil em gastos, sendo R$ 11,3 mil em combustível. O parlamentar que menos utilizou esses recursos foi Murilo Zauith (PFL), com R$ 20,5 mil até março (R$ 8,5 mil em combustíveis). Já o deputado Antônio Cruz (PP) apresentou R$ 44,7 mil em gastos nos três primeiros meses do ano, tudo relacionado ao pagamento de combustíveis.