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Crise reduz fusões e aquisições de empresas

Vinicius Konchinski , ABr - 05 de fevereiro de 2009 - 15:44

São Paulo - A escassez de crédito causada pela crise financeira reduziu em 14,7% o valor das fusões e aquisições de grandes empresas nacionais realizadas em 2008. Segundo estudo divulgado hoje (5) pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), no ano passado, foram concretizadas 94 negociações, totalizando R$ 100,4 bilhões, contra 125 concretizadas no ano anterior, com valor total de R$ 117,8 bilhões.

Em entrevista coletiva, a coordenadora da subcomissão de fusões e aquisições da Anbid, Carolina Lacerda, afirmou que cerca de uma em cada cinco compras ou fusões planejadas para 2008 deixaram de ocorrer pela dificuldade das empresas captarem crédito. “A partir do segundo semestre, o crédito secou e o mercado parou”, disse ela.


Apesar da redução no volume de operações, Lacerda classificou o ano de 2008 como bom para as negociações entre empresas brasileiras. “Tivemos um ano de grandes operações e de transformações no cenários econômico e na indústria como um todo”, afirmou ela.

Destacaram-se entre as maiores operações do ano, a fusão entre a BM&F e a Bovespa, que envolveu R$ 34,6 bilhões e criou uma das maiores bolsas de valores do mundo; e também a venda da participação da siderúrgica CSN na Namisa por R$ 7,2 bilhões.

Outros negócios anunciados em 2008 ainda não entraram na conta da Anbid, porque não foram concluídos. Entre as operações que só devem ser computadas em 2009 estão a fusão dos bancos Itaú e Unibanco, que envolve R$ 106,9 bilhões, a aquisição da Brasil Telecom pela Oi por R$ 5,9 bilhões; e a compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil por R$ 5,4 bilhões.

Carolina afirmou, no entanto, que, tirando as operações já anunciadas, o ano de 2009 deve ser de nova redução no valor das aquisições e fusões. Prejudicado novamente pela escassez de crédito, que deve perdurar no segundo semestre, o volume de negócios deve ser ainda menor que o de 2008. “Fusão e aquisição só são feitas por necessidade e oportunidade”, afirmou ela. “Com essa crise, o que mais se vê é necessidade. Quem está bem está com medo, deve ficar quieto e esperar.”

Ainda sobre 2009, Carolina afirmou que os negócios devem se concentrar principalmente nas área mais afetadas pela crise econômica: financeira, construção civil, agronegócio e comércio varejista. “As empresas desses setores terão de se virar para se manter no novo cenário.”

De acordo com Carolina, as negociações devem causar uma maior concentração do mercado nesses segmentos. Entretanto, essa concentração deve criar empresas nacionais mais competitivas no mercado internacional. “Sem dúvida, em 2009, veremos o nascimento de empresas mais fortes.”


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