A cidade de Araçatuba amanheceu nesta terça-feira (31) ainda sem aulas nas escolas da cidade e e com o centro da cidade isolado. Agentes do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) foram enviados para a cidade para desarmar todas as bombas deixadas pelos criminosos durante a madrugada de ontem (30), considerada uma das mais apavorantes da história da cidade.

O trabalho foi finalizado nesta terça-feira, mas, por precaução, a Prefeitura de Araçatuba decidiu suspender as aulas presenciais por mais um dia. Parte das lojas da região também devem seguir fechadas pelo menos até meio-dia.

Uma nova varredura será feita na região e as bombas desarmadas estão sendo explodidas em um aterro, isolado, que fica na zona rural da cidade.

BOMBAS TECNOLÓGICAS

Os criminosos usaram metalons, a superdinamite caseira, acionados a distância por celulares.​ O metalon é normalmente uma estrutura metálica oca (como um pé de mesa de cozinha ou de carteira escolar) preenchida com pólvora (preta ou branca) ou uma emulsão. O artefato começou a ser usado em 2018, mas as últimas apreensões revelaram que o equipamento estava mais sofisticado, com acionamento à distância.

MORTES E CARROS ABANDONADOS

De acordo com a polícia, não se sabe até o momento o total de criminosos envolvidos na ação​ que terminou com dois bancos explodidos no centro.​ Dois suspeitos foram capturados.​ ​A ação da quadrilha resultou nas mortes do empresário Roberto Bortolucci da Silva, 38, e o entregador Marcio Victor Possa da Silva, 34.

​No fim da tarde desta segunda-feira (30), sete veículos foram encontrados abandonados na zona rural da cidade​, alguns deles roubados de moradores da cidade. As buscas pelos criminosos continuam com mais de 380 policiais de diferentes regiões do estado empenhados na captura dos bandidos.​

PCC

De acordo com a revista Piauí, a PF, o Ministério Público paulista e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) suspeitam que o arsenal usado em Araçatuba foi trazido do Paraguai pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Já se sabe que a facção teve envolvimento direto no roubo, já que um dos três mortos era Jorge Carlos de Mello, 38 anos, e conhecido integrante do grupo.