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Apenas 25% dos brasileiros têm habilidade plena

Flávia Albuquerque/Agência Brasil - 08 de setembro de 2003 - 16:27

Apenas 25% dos brasileiros, com idade entre 14 e 64 anos, lêem e escrevem sem dificuldades, enquanto 67% têm habilidade média, ou seja, entendem palavras soltas e algumas frases. Os dados foram divulgados hoje pelo Ibope, com base em pesquisa realizada entre os dias 11 e 18 de julho com 2 mil pessoas de todas as regiões do país. A pesquisa também mostrou que os analfabetos totalizam 8% da população e que as mulheres gostam mais de ler que os homens.

A pesquisa "Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF)", realizada em parceria com o Instituto Paulo Montenegro e a organização não-governamental Ação Educativa, avaliou a capacidade da pessoa de utilizar a leitura e a escrita para suas necessidades diárias e para continuar aprendendo e se desenvolvendo.

De acordo com a coordenadora da ONG Ação Educativa, Vera Masagão, para alguém ser considerado plenamente alfabetizado é preciso que passe pelo menos oito anos na escola, mas, no Brasil, 60% da população não têm ensino básico completo. “Para diminuir essa porcentagem é preciso elevar a escolaridade dessa população com urgência e estabelecer políticas que favoreçam o acesso à leitura”, explicou Vera. Os resultados mostraram que 65% dos entrevistados gostam de ler, mas têm acesso limitado a jornais, revistas e livros devido à dificuldade financeira.

A coordenadora da Ação Educativa destacou que, por se tratarem de jovens e adultos trabalhadores, o espaço de trabalho pode ser fundamental para incentivar a leitura, já que boa parte dos entrevistados tem acesso a jornais, revistas e livros nesse ambiente. “As pessoas que estão ocupadas acabam tendo mais incentivo para ler, por isso as empresas podem ajudar a fomentar o hábito da leitura e incentivar o aperfeiçoamento de suas habilidades de leitura e escrita”, disse.

Vera considerou o novo programa Brasil Alfabetizado, do governo federal, uma iniciativa importante, porque atinge a camada mais excluída da população. Mas ressaltou que é preciso dar continuidade ao aperfeiçoamento dos adultos que participarem dos cursos. “Os dados do INAF mostram que se ele não puder prosseguir com a escolaridade básica ou educação continuada, os ganhos serão muito pequenos, porque com seis meses as pessoas vão parar num nível rudimentar de leitura e não vão conseguir ler um texto mais elaborado”, finalizou.

Segundo o Ibope, a pesquisa INAF foi realizada com o objetivo de contribuir para o debate de políticas públicas, buscando a melhora das habilidades de leitura e escrita.

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