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Zeca tenta minimizar crise e pede consenso a petistas
Lembrando à cúpula petista a grave crise política que atinge diretamente o partido, o governador Zeca do PT propôs nesta segunda-feira a conciliação entre as mais variadas correntes internas e o consenso na formação das chapas - ou, de preferência, uma única -, na disputa pelo diretório regional. A intenção é evitar maior desgaste do partido, que é alvo de denúncias de corrupção em estatais e de pagamento de "mensalão" a congressistas.
As eleições petistas estão mantidas para 18 de setembro, mas até lá, ainda haverá muitas reuniões, com o objetivo de se buscar um único nome e angariar o apoio dos outros quatro candidatos ao sucessor de Mariano Cabreira ou mesmo a Cabreira à reeleição.
Não uso a palavra consenso porque todo consenso é burro. O que definimos é que vamos abrir um diálogo com todos os candidatos para tentar construir uma posição de maioria, que contemple todas as correntes, explica Cabreira, candidato pela chapa Socialismo e Democracia, apoiado pela corrente PT de Lutas e Massas.
Cabreira, como presidente regional, e os secretários estaduais Raufi Marques (Coordenação Geral de Governo) e Ronaldo Franco (Gestão Pública) foram designados pelo governador para compor uma comissão encarregada de avaliar a viabilidade do consenso, conversando com os outros quatro candidatos colocados.
Segundo Cabreira, as reuniões já estão sendo agendadas. Ele admite declinar da disputa, mas diz que ainda é cedo para tal decisão. Os problemas do partido são maiores do que as pretensões pessoais. Precisamos saber o que pensam cada um dos candidatos, dialogar muito para depois tomarmos uma decisão, afirma.
O candidato do campo majoritário, Ben-Hur Ferreira, pela chapa Unidade para Vencer, disse nesta segunda-feira que também se dispõe a entrar em entendimento. Ainda assim, Ferreira, que tem o apoio do governador Zeca do PT e do senador Delcídio do Amaral, pré-candidato ao Governo do Estado, destaca que a candidatura à regional está mantida.
A ala esquerda do partido destaca a igual disposição de dialogar. O nosso candidato defende a decisão do grupo. Vamos avaliar, mas defendemos sim o debate interno, afirma o deputado estadual Pedro Kemp, líder governista na Assembléia Legislativa. Ele apóia o candidato Rubens Alves da Silva, pela chapa A Esperança é Vermelha. Ao contrário da ala majoritária, que busca o consenso, a esquerda petista acha saudável a disputa interna. Não vemos problemas na disputa, no debate interno. O que não podemos é admitir nada imposto, nenhuma decisão de cima para baixo, conclui.