Mantendo o tom do discurso de pré-campanha ao Senado Federal, o governador Zeca do PT disse ontem que delegou ao partido e aos aliados as articulações e a escolha do candidato ao governo em 2006. “Não sei do governo. Não estou interessado nem preocupado com isso. Vou cuidar da minha candidatura”, disse em Porto Murtinho, município à 431 km de Campo Grande, onde abriu o 5º Congresso de Vereadores de Mato Grosso do Sul.

Zeca enfatizou que caberá ao PT e aos aliados PDT e PL a articulação com vistas à sucessão estadual do ano que vem. O governador lembrou que vêm conversando com os presidentes regionais das siglas, Londres Machado e João Leite Schimidt, e que conta com o apoio deles na composição da chapa – em que Zeca deve disputar o Senado. Os deputados liberais Paulo Corrêa e Antônio Carlos Arroyo acompanharam o governador nos compromissos do interior do Estado e reafirmaram o apoio à candidatura de Zeca.

A afirmação do governador, de que se distanciará do processo que escolherá quem disputará a sua sucessão, evidencia o estremecimento da relação dele com o pré-candidato petista ao governo, o senador Delcídio Amaral. A rusga começou na disputa interna pelo comando do PT no Estado – de um lado, Zeca apoiou Mariano Cabreira, que venceu o pleito. De outro, Amaral defendia Saulo Monteiro – e ganhou força quando o senador ameaçou retornar ao PSDB.

Houve críticas mútuas e o governador chegou a afirmar, mais recentemente, que Amaral deveria seguir o exemplo do rival político, o ex-prefeito de Campo Grande, André Puccinelli (PMDB), que já tem postura de pré-candidato e está percorrendo o Estado e articulando alianças. Zeca tem dito que só conversará com o senador sobre as eleições ao governo de 2006 se ele o procurar.

Já o senador, mantém a disposição de ser candidato ao Governo do Estado. Quando anunciou que ficaria no PT, Amaral enfatizou que era o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no MS.