A homenagem que recebeu no dia 10 de março na Universidade do Porto, em Portugal, quando foi tema de uma tese de doutorado, deixou o cooredenador técnico da Seleção Brasileira feliz e orgulhoso. Em uma solenidade revestida de muita tradição, em que uma série de atributos são observados para a distinção da homenagem, Zagallo teve a honra de ser o escolhido.

- Não é qualquer pessoa que é homenageado dessa forma, sendo tese de doutorado. Ainda mais em outro país, o que é mais marcante ainda. Foi uma solenidade muito bonita - disse Zagallo.


Acostumado ao longo da vitoriosa carreira a receber as mais diversas homenagens, Zagallo, que estava acompanhado da mulher Alcina, se sentiu especialmente gratificado pela acolhida que recebeu dos portugueses na semana que passou na cidade do Porto.

- Fizeram tudo para nos agradar, as pessoa foram recepetivas, fomos tratados com muito carinho - disse.

Aplaudido intensamente na solenidade oficial em que foi apresentada a tese defendida pelo brasileiro Jaime Valente, diretor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - "Mário Jorge Lobo Zagallo: entre o sagrado e o profano - uma história de vida" -, Zagallo despertou ainda grande interesse na palestra informal que fez para os alunos da Universidade.

Profissional que como poucos no mundo construiu uma carreira marcada por títulos e conquistas, Zagallo contou as histórias de quem está no esporte há tanto tempo, ao reponder às perguntas dos alunos, que reagiam com entusiasmo.

Na estada no Porto, Zagallo foi também muito assediado pels imprensa portuguesa. A sua presença rendeu editoriais em jornais e entrevistas do coordenador técnico sobre a Copa do Mundo da Alemanha, Seleção Brasileira e Seleção Portuguesa.

Sobre a seleção dirigida pelo brasileiro Luiz Felipe Scolari, Zagallo considerou-a a mais forte de Portugal dos últimos tempos, capaz de repetir a grande campanha do Mundial de 1966.

"Mário Jorge Lobo Zagallo: entre o sagrado e o profano - uma história de vida" foi a tese de doutorado em que Jaime Valente abordou, entre outros aspectos, a relação de Zagallo com o sagrado (na forma do apego à religão) e o profano (pelo simbolismo do número 13), e a influência disso na sua vida e carreira.

Jaime Valente, o autor da tese sobre Zagallo, é carioca e foi zagueiro do Flamengo na década de 60. Campeão carioca em 1965, ano em que se formou em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, trabalhou depois como treinador no próprio Flamengo, no futebol árabe e é professor há 30 anos da UERJ.