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Vírus da zika consegue se esconder do sistema imune, sugere pesquisa

EPharma Notícias - 16 de fevereiro de 2016 - 11:30

O vírus da zika pode se hospedar em partes do corpo humano que são protegidas da atuação do sistema imunológico, o que torna mais difícil o combate ao patógeno e possivelmente aumenta a janela de tempo durante a qual ele pode ser transmitido, afirmaram especialistas norte-americanos nesta sexta-feira (12).

Cientistas informaram que o Zika vírus pode ser detectado no sêmen até 62 dias depois da infecção da pessoa, aumentando as evidências da presença do vírus no tecido cerebral de fetos, na placenta e no fluido amniótico. O trabalho dos pesquisadores é parte de uma corrida internacional para entender os riscos associados ao vírus, que está sendo rapidamente espalhado pelo mosquito Aedes aegypti e pode estar ligado a milhares de caso de microcefalia no Brasil.

"Até agora, sabemos que ele fica muito pouco tempo no sangue, de uma semana a dez dias. Já sabemos também, depois de acumular mais um pouco de experiência, que ele pode ser encontrado no líquido seminal. Não temos certeza sobre o período pós-infecção, onde mais o vírus pode se alojar", afirmou o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA.

"Essas são coisas que precisam ser examinadas cuidadosamente em história natural e estudos de caso-controle", disse.

Fauci afirmou que a persistência do Zika em permanecer no corpo humano remonta aos casos de epidemia de ebola em 2014, a pior já registrada. Em alguns pacientes, o vírus altamente letal permaneceu por meses no sêmen e no fluido dos olhos.

O Zika causa sintomas moderados e, na maioria das vezes, não provoca doenças. Mas suspeita-se que ele esteja ligado à microcefalia e ao distúrbio neurológico síndrome de Guillain-Barré, o que causou alerta em autoridades de saúde, embora tais associações ainda precisem ser provadas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência médica global no dia 1º de fevereiro em decorrência da disseminação do Zika.

Vários órgãos, incluindo testículos, olhos, placenta e o cérebro são são relativamente protegidos de ataques realizados pelo sistema imunológico para neutralizar invasores externos no organismo. Nesses locais o ataque do sistema imunológico a tecidos vitais é freado. Se o vírus entrar nessas partes do corpo, é muito mais difícil combatê-lo.

"O vírus pode persistir e/ou se multiplicar", disse o Dr. William Schaffner, um especialista em infectologia do Centro Médico da Universidade Vanderbilt , em Nashville. Fauci afirmou que não é surpresa que o Zika sobreviva no sêmen. Já há duas suspeitas de contágio por transmissão sexual. Ainda não se sabe, contudo, por quanto tempo ele possa ficar lá.

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