O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) alertou hoje para a possibilidade de o governo tentar alguma “aventura autoritarista”, ao ver suas políticas fracassarem. Ele garantiu que, se essa for a intenção do governo, encontrará muralhas erguidas não apenas pelos partidos políticos de oposição mas, sobretudo, pelos setores relevantes da sociedade, inclusive a imprensa.

Ele citou declarações do proprietário do jornal Folha de S.Paulo, Octávio Frias de Oliveira, 91 anos de idade e há mais de 40 anos à frente do jornal, afirmando que, “ao governo interessa ter a mídia de joelhos, mas isso não é bom para ninguém”. Arthur Virgílio lembrou que Frias, além de legendário homem da imprensa, é extremamente econômico em suas palavras.

Segundo Arthur Virgílio, começam a surgir na imprensa artigos de pessoas de renome criticando o governo, como é o caso de João Mellão Neto, ex-deputado e jornalista que, no Estado de S. Paulo desta sexta (24), destaca que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode mais ser considerado “único”, porque demonstrou ser somente mais um presidente. Até hoje, observou o senador ao comentar o artigo, nada fez de revolucionário. “Apenas o Lula presidente conseguiu salvar o Brasil do desastre preconizado pelo Lula candidato”, observou.

O líder do PSDB afirmou que as políticas sociais do governo, que deveriam ser o ponto alto da administração, patinam e não saem do lugar. Segundo ele, unificar os programas Bolsa Escola e Bolsa Alimentação, que já funcionavam a contento no governo Fernando Henrique Cardoso, não pode ser chamado de “êxito espetacular”.

Arthur Virgílio disse, ainda, que a aprovação das reformas tributária e previdenciária não pode ser considerada um grande feito, uma vez que, a cada rodada de negociações, elas murcham e se desfiguram.