O Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI) vai aprovar hoje (12) o Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência Contra a Pessoa Idosa. A proposta estabelece procedimentos para o combate à violência física e psicológica, ao abandono e à negligência com a população que tem mais de 60 anos.

O vice-presidente do Conselho, Paulo Roberto Ramos, afirma que é preciso enfrentar a violência no ambiente familiar. Cerca de 2/3 dos agressores são filhos ou cônjuges. "Precisamos enfrentar a violência simbólica que está inserida no imaginário social de que velho é aquele que não presta".

Ramos diz ainda que os números da violência não são seguros porque os idosos, muitas vezes, não têm coragem de denunciar. "As denúncias chegam por meio de vizinhos ou amigos de maneira que muitos dados da violência são acobertados. A informação nesses casos é fundamental. Os idosos precisam saber que não podem ser vítimas ou alvo de violência e devem ter sua dignidade respeitada".

O Plano de Ação prevê, para os próximos dois anos, a implantação de um disque-denúncia para violação aos direitos humanos, a capacitação de 20 mil cuidadores de idosos e o estabelecimento de convênio com o Ministério da Educação para garantir a alfabetização de pessoas idosas em todo o país. Além disso, haverá o estímulo à instalação de conselhos de idosos em pelo menos 20% dos municípios brasileiros.

O Plano também define os cuidados que os familiares devem ter no tratamento da pessoa idosa em casa. Para isso, estabelecerá a promoção de cursos para os parentes que cuidam dos idosos. As equipes do Programa Saúde da Família e dos Agentes de Saúde, por sua vez, serão capacitadas para orientar sobre o envelhecimento, além de ajudarem a adaptar a moradia dos idosos.