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Vigia disse que matou por sentir medo de ladrão

TJGO - 20 de outubro de 2007 - 07:11

Interrogado anteontem (18) pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, o auxiliar de produção Manoel Ferreira das Neves confessou ter matado Rafael Romualdo Dias, de 12 anos, dentro do Colégio Estadual Edmundo Rocha, na Vila Mutirão, mas disse que somente o fez porque achou que se tratava de um ladrão. O crime ocorreu na madrugada de 30 de julho de 2005, logo depois de a vítima ter pulado o muro da escola, onde buscava refúgio depois de um desentendimento familiar. Na época, Manoel era vigia da instituição e fugiu do local após os disparos, sem prestar socorro ao garoto.

Afirmando que conhecia Rafael desde que ele nasceu, Manoel contou que, no dia do fato, percebeu alguém forçando uma das janelas do prédio da escola e, em seguida, escutou pisadas de alguém "correndo de um lado para outro". Mais tarde, segundo relatou, uma porta começou a ser forçada. "Eu estava deitado em uma mesa, na sala dos professores e achei que era um ladrão, pois já havia ocorrido um roubo lá anteriormente. Então, enfiei o revólver pelo buraco da porta e dei um disparo", comentou.

Ainda de acordo com Manoel, depois de 20 minutos acendeu a lâmpada da sala e saiu, momento em que percebeu uns pingos de sangue no chão. "Fui seguindo o rastro de sangue até chegar à grama, de onde avistei um corpo caído a uns 10 metros dali". O acusado disse que, na ocasião, ficou desesperado e não percebeu que o corpo era de um menino. Colocou o revólver dentro de um short que trajava e se escondeu em um terreno baldio. Antes disso, avisou o fato à família, que comunicou a presença da vítima na escola ao Corpo de Bombeiros e à polícia.

O auxiliar de produção garantiu que a diretoria da escola sabia que ele portava arma no trabalho e admitiu que nunca fez curso para vigia nem para porte de arma. "Aquela foi a primeira vez que fiz um disparo em minha vida", comentou. Tentando justificar sua atitude, disse também que quando passou a trabalhar na escola foi advertido várias vezes que o local já fora palco de muitos furtos, sendo que algumas pessoas chegaram a ser agredidas e amarradas anteriormente. (Patrícia Papini)

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