O vidraceiro Fábio Germano de Souza, de 29 anos, foi condenado ontem (22), pelo 1º Tribunal do Júri de Goiânia, a 15 anos e 6 de reclusão pela morte do vendedor autônomo Willian Fernando Borges Santana, com emprego de três qualificadoras (circunstâncias que podem aumentar a pena) – motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ele cumprirá a pena em regime inicialmente fechado, na Penitenciária Odenir Guimarães. Fábio permanecerá preso durante o trânsito em julgado da sentença (quando não cabe mais recurso), em razão de ser reincidente e por ter sido condenado por crime hediondo.

Em seu interrogatório, o vidraceiro negou a autoria do crime e disse que o responsável pelo homicídio é o comerciante Eduardo Gomes da Silva (que será julgado dia 28 deste mês pelo mesmo Tribunal). O fato ocorreu por volta das 23h30 de 21 de setembro de 2004, na antiga invasão do Parque Oeste Industrial, em Goiânia. Conforme a denúncia, além do réu, participaram também do crime Eduardo e sua mulher, Cristiane da Silva Alencar, e uma pessoa identificada apenas como Galego. Eduardo era dono de um bar, onde dias antes do crime a vítima, ao pedir uma bebida, chamou Cristiane de "Gatinha".

No dia do fato, Willian foi novamente ao estabelecimento e ao ver Cristiane disse: "Meu amorzinho pega uma cerveja para mim", o que fez o comerciante discutir com a vítima. Ainda segundo a denúncia, Fábio e Galego entraram na discussão e começaram a espancar Willian com chutes, murros, pedradas e facadas, tendo Eduardo usado uma escavadeira para ferir a vítima na cabeça. Também de acordo com os autos, Cristiane instigava os acusados a matar Willian, enquanto verificava se havia alguém presenciando o crime. A vítima foi espancada por cerca de 30 minutos e depois teve o corpo abandonado em um barraco de lona. Eduardo e Cristiane tiveram o processo desmembrado. (Sheila Cavalcante)