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Vereadores tentaram atrapalhar investigações, diz Gaeco

Hélio de Freitas, Campo Grande News - 06 de julho de 2016 - 12:32

A Operação Viagem, desencadeada hoje (6) na Câmara de Vereadores de Anarilândia pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para investigar desvio de verba pública, também cumpriu ordem judicial para afastamento de três vereadores – o presidente do Legislativo Wilson da Silva (PMDB), o vice-presidente Antonio Ari Bastos (PSD) e Celso Alves dos Santos, o Celsinho (PR), que presidiu a Casa em 2013 e 2014.

De acordo com o Gaeco, durante as investigações, os vereadores afastados tentaram tumultuar a apuração dos fatos, “apresentando emendas às diárias com outros documentos e determinando, de forma ilegal, que servidores da própria Câmara Municipal não recebessem os ofícios da Promotoria de Justiça”.

Os fatos, segundo o Ministério Público, demonstraram a “imprescindibilidade do afastamento do presidente da Câmara, do vice-presidente e do ex-presidente”.

Pediu prisão - Conforme nota divulgada pela assessoria de comunicação do MPE (Ministério Público Estadual), o promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki ajuizou ações pela prática de peculato e associação criminosa, envolvendo os vereadores de Anaurilândia. O MP chegou a pedir a prisão dos vereadores, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Durante a fase inicial de investigação foram constatadas várias irregularidades no pagamento e pedido de diárias, formulados por todos os vereadores durante a atual legislatura.

Assinatura falsificada – As suspeitas recaiam sobre requerimentos de diárias sem comprovantes, utilização de certidões falsas sem assinatura ou negadas pelo suposto emitente, participação de eventos negada pelos próprios organizadores, recebimento de diárias para participação de eventos político-partidários, o que justificou o ajuizamento de três denúncias de peculato, já aceitas pelo Poder Judiciário.

Reincidentes – Ainda conforme o Gaeco, o afastamento da função de vereador dos denunciados é amparado pelo argumento de que Antônio Ari Bastos já responde por outra ação de peculato e formação de quadrilha na comarca de Anaurilândia.

Para o Ministério Público, Bastos figura como “reincidente” em ambos os delitos, já que as diárias dele apresentaram irregularidades em todo o período investigado - 2013 a 2015.

Em relação a Wilson da Silva, o MP justifica que ele já foi denunciado em outra ação penal por contratações sem licitação e responsável por autorizar o pagamento de diárias durante o período em que foi presidente da Câmara, “realizando quitações irregulares a todos os demais vereadores, sem qualquer cautela, o que também se estendeu a Celso Alves, que foi presidente da Câmara no ano de 2013”.

Documentos – Na operação de hoje, o Gaeco cumpriu o mandado de busca requerido pela Promotoria de Justiça de Anaurilândia para apreensão de todos os documentos originais na Câmara de Vereadores.

Segundo o Gaeco, os dados são necessários para o cruzamento de informações na ação civil pública por improbidade administrativa e para evitar “manobras escusas por parte dos investigados, por meio de ocultação de documentos”.

Não deve – Ao site Jornal da Nova, o vereador Ari Bastos negou as irregularidades. “Não devo nada, não há provas que eu esteja envolvido em esquema fraudulento, estou tranquilo e vou provar à população de Anaurilândia que estou na Câmara trabalhando pelo povo, a verdade virá à tona”, afirmou.

“Entreguei os documentos solicitados pelos agentes do Gaeco, para que analisem a veracidade dos fatos”, disse Ari Bastos.

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