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Vendendo bala de goma, bailarino saiu de Porto Murtinho e sonha chegar aos EUA

Naiane Mesquita, Campo Grande News - 22 de setembro de 2015 - 08:25

Israel pratica balé até na praia (Foto: Divulgação/Zoe Escola de Dança)
Israel pratica balé até na praia (Foto: Divulgação/Zoe Escola de Dança)

Aos 18 anos, Israel Alex Aysla da Graça corre contra o tempo. De Porto Murtinho ele fez as malas e seguiu para Campo Grande com o propósito de se entregar de vez ao balé clássico.

No currículo apenas 2 anos de prática em dança, que para ele, significa um atraso em relação aos companheiros, que costumam iniciar os estudos ainda na infância. Mesmo assim, com as desventuras da carreira, ele foi escolhido a participar de uma seletiva para o YAGP (Youth America Grand Prix), uma competição que ocorre em Nova York, com jovens bailarinos de 18 a 19 anos.

Concorrendo com 200 profissionais, o vencedor da competição recebe uma premiação em dinheiro e uma bolsa de estudos em Nova Iorque.

“É a segunda maior competição do mundo. São 200 concorrentes, divididos por idade, de 14 a 18 anos, 10 a 11 anos e 11 a 14 anos. Na seletiva, os alunos são avaliados em aulas intensas e em duas apresentações. Uma de variação masculina de balé e a outra por um solo contemporâneo”, afirma Israel, que está em São Paulo desde quarta-feira (16).

O YAGP no Brasil é promovido pelo Instituto Passo de Arte, que já conseguiu levar mais de 2 mil bailarinos e conquistar três Grand Prix e 100 bolsas de estudo. Para Israel, tudo tem sido um pouco surreal. “Por conta da idade estou correndo atrás de uma oportunidade. A Zoe Escola de Dança sempre envia vídeos para uma competição bem renomada, que é o Prêmio Desterro em Florianópolis. Mandamos os vídeos, com coreografias e passamos lá”, explica.

O que Israel não sabia era que no Desterro havia uma seleção para uma das etapas do prêmio YAGP. “Dentre bastantes bailarinos em Florianópolis eu fui o único homem a ser selecionado”, diz.

O percurso até a competição em Florianópolis foi um pouco difícil. Sem dinheiro para a viagem, ele aceitou a sugestão de um amigo e começou a vender bala de goma.

“Eu não estava bem financeiramente e não estou ainda, não sabia o que fazer para conseguir dinheiro e um amigo do balé me deu a sugestão de vender bala de goma. Começamos e deu certo”, relembra.

A história toda para chegar ao prêmio Desterro fez os jurados e a organização do concurso custearem a viagem de Israel para em São Paulo tentar uma vaga para concorrer a bolsa do YAGP.

“Contei a história que vendi goma e gosto muito de aprender, que sou focado e a organização me deu a passagem e a hospedagem para fazer essa seletiva", relembra.

Apesar do esforço, no domingo (20), a organização divulgou o resultado e o nome do bailarino sul-mato-grossense não estava entre os finalistas. Ainda.

Quem acha que Israel desistiu está bem enganado. "Está muito acirrado, mas ano que vem tem mais", avisa.

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