Na contramão do País a venda de diesel em Mato Grosso do Sul recuou em 6,4% no primeiro semestre deste ano, quando a média nacional foi de incremento, de 1,8%. A redução das vendas reflete a quebra no campo, onde o diesel é insumo básico. De janeiro a junho deste ano foram comercializados em Mato Grosso do Sul 450.499 litros de diesel, conforme dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo).
O escoamento da safra de verão de grãos em Mato Grosso do Sul envolveu apenas 50% da frota de caminhões que trabalha com esses produtos, de 35 mil veículos, segundo o Sindcargas (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas). A queda drástica é reflexo das perdas provocadas pela estiagem, que derrubou em cerca de 35% a produção de soja no Estado.
O relações-públicas do Sindcargas, Roberto Sinai, explica que no ano passado a safra mobilizou toda a frota que trabalha com escoamento de grãos e que representa 70% da frota total registrada em Mato Grosso do Sul. A esperança é que a safrinha de inverno possa envolver 70% da frota que atua com escoamento de grãos, para compensar no volume o que o preço do frete não poderá fazer.
O governo decretou medida com objetivo de estimular as vendas de postos localizados às margens de rodovias, retirando regime especial de recolhimento de ICMS de mercadorias transportadas em caminhões com tanques reservas, utilizados por caminhoneiros para garantir reserva de diesel comprada mais barata em outros estados. O Sindcargas promete ir à Justiça contra a medida e o setor de revenda diz que não refresca a situação dos postos. Eles querem redução da alíquota de ICMS de 17% a 12%.
De um modo geral as vendas de combustíveis tiveram retração de 5,1%, totalizando 723.991 litros. No caso da gasolina a queda de vendas foi de 1,8%, totalizando 156.563. Neste caso a explicação pode estar no aumento da frota mais econômica, a de motocicletas. A frota sul-mato-grossense de motocicletas saltou em 7,5% de janeiro a julho deste ano, conforme mostram os dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito). De 114.678 veículos em janeiro passou a 123.205 em julho.
Enquanto as vendas de carros diminuíram 13,69% no primeiro semestre, as de motocicletas aumentaram em 18,95%, segundo mostram os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). São 5,9 mil carros vendidos de janeiro a junho e 9 mil motocicletas.