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Velório do corpo da juiza assasinada é marcado pela emoção de amigos e parentes

O desembargador Orlando Perri disse que não haverá descanso enquanto o homicida não for punido pela Justiça

Midianews - 08 de junho de 2013 - 15:52

O desembargador Orlando Perri disse que não haverá descanso enquanto o homicida não for punido pela Justiça (Foto de Mary Juruna, Midianews)
O desembargador Orlando Perri disse que não haverá descanso enquanto o homicida não for punido pela Justiça (Foto de Mary Juruna, Midianews)

Foi velado nesta sábado (8) no plenário 1 do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o corpo da juíza substituta da comarca de Alto Taquari, Glauciane Chaves de Melo, 42. A magistrada foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro, o enfermeiro Evanderly de Oliveira Lima, funcionário no hospital público de Alto Taquari. O velório contou com a presença da cúpula do judiciário estadual, juízes colegas da magistrada e parentes.

O corpo está sendo transladado em  avião comercial para Belo Horizonte e depois será encaminhado para a cidade natal da juíza, Conselheiro Lafayete, onde haverá o sepultamento da magistrada. A cerimônia foi marcada pela dor dos parentes e dos colegas juízes, que foram unânimes em ressaltar o espírito de liderança de Glauciane.

“Ela sempre foi muito prestativa para com os colegas. Durante o nosso curso de formação era ela quem organizava as listagens de e-mails e nos informava sobre as novas jurisprudências. É uma grande perda”, disse uma colega da vítima, Gisela Regina S. de Oliveira, juíza da da comarca de Nova Canaã do Norte, em nome da turma de juízes que conviveu com a Glauciane durante os três meses do curso de formação dos novos magistrados para aturem nas comarcas do interior do estado.

A mãe da juíza de Alto Taquari, Maria de Lurdes Chaves de Melo, chegou ao velório de cadeira de rodas, por voltas das 9 horas. Ela estava muito emocionada e ficou o tempo todo ao lado do corpo filha.

O primeiro marido de Glauciane, Daniel César Coelho, ressaltou toda a dor da família. “A família está transtornada. Mas quero prestar aqui todo o respeito aos amigos juízes de Mato Grosso e dizer que acreditamos no Poder Judiciário e na misericórdia de Deus”.

César foi quem acompanhou a mãe da juíza e realizou todos os trâmites do translado do corpo de Glauciane, pois no dia do assassinato da juíza nenhum parente de Glauciane foi localizado pela assessoria da Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam).

"Não descansaremos até encontrar o homicida e levá-lo as barras da justiça", disse Perri


Suspeitas

O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT), Orlando Perri, que conversou com uma amiga próxima da juíza, revelou ao Midiajur que Glauciane sofria ameaças do ex-companheiro Evanderly Lima. “Isso foi a amiga dela quem me contou”, comentou Perri.

Ele também destacou que a juíza em nenhum momento comunicou ao TJ que sofria algum tipo de ameaça. “Se ela nos relatasse algo nesse sentido, teríamos tomado todas as providências de imediato”, asseverou o presidente.

Questionado se a tragédia fará o tribunal repensar a segurança das comarcas de Mato Grosso, Perri afirmou que casos como esses são difíceis de evitar.

“Foi uma situação muito atípica de crime passional. Isso poderia ter acontecido na casa dela, por exemplo. Mas quero ressaltar que nós trabalhamos na criação de um comitê de segurança para cuidar ainda mais dos juízes de Mato Grosso. O TJ trabalha constantemente pela segurança de seus magistrados”, enfatizou.

Em discurso durante a cerimonia do velório, o presidente do TJ falou sobre o sonho de Glauciane de ser juíza. “Pela carreira, ainda na faculdade, ela abriu mão de ser mãe durante 10 anos até, enfim, ingressar na magistratura realizar o seu sonho”.

Perri também falou sobre a dor da mãe da juíza. “Quero ressaltar aqui a dor desta mãe, pois não há dor pior no mundo do que perder um filho. Os filhos geralmente estão preparados para enterrar os pais. Mas para um pai ou uma mãe ter que enterrar o filho chega a ser uma coisa inaceitável”, discursou o presidente do TJ.

Ele também afirmou que o Tribunal de Justiça não descansará enquanto não encontrar o culpado pelo assassinato da juíza. “Não descansaremos até encontrar o homicida e levá-lo às barras da justiça”, garantiu.

O caso

A juíza Glauciane Chaves de Melo foi assassinada ontem (08), em seu gabinete, depois de uma discussão com o ex-companheiro, Evanderly de Oliveira. Oliveira matou a juíza com dois tiros na cabeça, como apontou o laudo do Instituto Médica Legal (IML).

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