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Geral

Veja como a inflação pode influenciar a economia

Flávio Dieguez / ABr - 15 de dezembro de 2004 - 15:39

A inflação é uma dúvida importante para a economia esta semana. Ela é um dos assuntos que estão sendo discutidos desde ontem em uma reunião no Banco Central, que pode definir se a economia vai ou não continuar crescendo nos próximos meses. Motivo: a inflação pode levar o Banco Central a elevar, manter ou reduzir a taxa de juros Selic, e os juros, por sua vez, influenciam os rumos da economia. A economia tende a crescer menos quando a Selic está alta e costuma crescer mais quando a Selic está baixa.

Na reunião do Banco Central, estão em análise os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é um dos indicadores da inflação calculada todos os meses. O IPCA está alto ou baixo? Essa é a questão que está sendo examinada pelos membros do Comitê de Política Monetária, o Copom, do Banco Central. Os números mostram que, este ano, o IPCA já acumulou alta de 5,9% de janeiro a outubro.

Trata-se de um número relativamente alto para os padrões do Banco Central, que tinha estabelecido como meta, para este ano, um aumento de preços da ordem de 5,5%. Mas esse valor não é absoluto, já que o Banco Central admite uma margem acima da meta, que vai até 8%. Assim, a inflação ainda está dentro das expectativas, e o Copom deve levar isso em consideração.

Há outros pontos importantes, porém. Um deles é que a inflação tem tido variações grandes, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, do Ministério do Planejamento. O Ipea aponta que a inflação vinha desacelerando até setembro, mas em outubro e em novembro voltou a acelerar.

Os dados são claros: as taxas vinham ficando cada vez menores: o índice subiu de 0,70% no primeiro trimestre, 0,62% no segundo e 0,52% no terceiro. Mas o IPCA começou o quarto trimestre acelerando: em outubro subiu 0,44% em relação a setembro e, em novembro, 0,69% em relação a outubro. O Ipea entende que essa mudança é motivo de atenção. Especialmente pensando no que pode acontecer em 2005. Para o ano que vem, o instituto trabalhava com uma projeção de 5,1% de inflação acumulada no ano, e os índices de outubro e novembro podem atrapalhar essa projeção.

Já houve uma mudança de previsão de inflação no total acumulado até o fim do ano. A alteração foi feita no plano de governo, o Plano Plurianual 2004-2007, no qual o índice oficial de inflação passou de 5,5% para 6,7%, de janeiro a dezembro. Esses fatos é que estão sendo examinados pelo Copom e vão ajudar a definir a nova taxa Selic.

Núcleo de Pesquisas da Radiobras

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