Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sexta, 29 de Março de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Varejo não acompanha queda do leite ao produtor

Famasul - 11 de outubro de 2005 - 15:09

Os preços do leite ao produtor, referentes às entregas de agosto, continuaram em queda em setembro, pressionados pela maior oferta. Segundo levantamento do Cepea, em agosto, a oferta nacional foi 2,5% maior em relação a julho, com aumentos de captação de 8% no Rio Grande do Sul, de 4,6% no Paraná, 2,6% em São Paulo, 5,4% em Minas Gerais e de 1,6% em Goiás.

A média nacional para o tipo C foi de R$ 0,4837/litro em setembro, valor 5% menor que o de agosto e 17,4% inferior ao do mesmo período do ano passado, em termos reais (descontada a inflação medida pelo IPCA). A tendência baixista começou em junho, mês que marcou o aumento da disponibilidade do produto um pouco antes do que normalmente se observa. De junho a setembro, as cotações do leite ao produtor acumularam recuo de 18,4% na média dos sete estados pesquisados pelo Cepea.

Embora as quedas de preços ao produtor sejam expressivas, quase não chegaram a ser repassadas ao varejo. Segundo a última divulgação do Índice de Preços ao Consumidor - IPC, da FGV, o preço dos laticínios ao consumidor caiu apenas 3,7% de junho a agosto. No mesmo intervalo, destaca-se, o leite ao produtor desvalorizou 14,2%.

Em termos regionais, em setembro, apenas em Goiás o leite ao produtor sustentou-se nos mesmos patamares do mês anterior. Laticínios locais conseguiram conter as quedas depois das baixas significativas em agosto. No sul do estado, por exemplo, a diminuição foi de apenas 0,9% entre os dois últimos meses.

Nos demais estados, principalmente nas grandes bacias leiteiras, onde a concorrência entre laticínios acaba sendo maior, o Cepea registrou quedas mais intensas. Na região Centro-Sul da Bahia, houve retração de 11,6%; na área Metropolitana de Minas Gerais, de 10,7% e, no Centro Oriental Paranaense, de 9,9%. Esse comportamento do mercado mostra a dificuldade do setor produtivo em conter essa “bola de neve” – o movimento de baixa mostra-se firme.

Em valores reais, as cotações de setembro de 2005 estão próximas ao nível observado em abril de 2004 e ao de novembro de 2002, com a diferença de que, nestes dois últimos períodos, os preços mantinham tendência de alta.

Pesquisadores do Cepea observam que há esforço por parte de cooperativas e laticínios de minimizarem as quedas para os pequenos produtores. Isso se comprova no comportamento dos extremos de preços: os mínimos, que representam os valores pagos, na maioria dos casos, a pequenos produtores, registram queda de 5,72% e os máximos, geralmente a grandes, de 7,93%.

SIGA-NOS NO Google News