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Valério entrega lista de campanha de Azeredo

Patrícia Roedel - Agência Câmara - 10 de agosto de 2005 - 06:58

O empresário Marcos Valério de Souza entregou nesta terça-feira, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos, uma lista com 79 nomes de pessoas que sacaram R$ 1,8 milhão das contas de suas agências em 1998. O valor foi distribuído a políticos indicados pelo tesoureiro da campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, Cláudio Mourão da Silveira. Hoje, Azeredo é senador por Minas e presidente nacional do partido. O total desses empréstimos, no entanto, é de R$ 9 milhões, mas o empresário não conseguiu levantar todos os comprovantes de saques.
Entre os nomes da lista, estão o da ex-senadora Júnia Marise, que concorreu ao Senado pelo PSDB, com saques totalizando R$ 200 mil; e o do deputado Custódio Mattos (PSDB-MG), com saque de R$ 20 mil.
Além da lista com os beneficiários do PSDB, Valério destacou que foram pagos R$ 4,5 milhões para o publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais. O empresário apresentou o recibo do depósito.

"Cano" do PSDB
O empresário disse que não recebeu os R$ 9 milhões emprestados de volta. "Em 1998, eu levei cano", admitiu. Marcos Valério disse ainda que preferiu não brigar para ter os recursos de volta porque não valia a pena brigar na Justiça com Eduardo Azeredo ou com o PSDB. "Eles eram governo federal e eu poderia perder as minhas contas", contou.
Na época, Marcos Valério tinha contratos de publicidade com o Banco do Brasil, a Eletronorte e o Ministério do Trabalho, por meio de sua agência DNA, e com o Ministério dos Esportes, pela SMPB.

Rancor do PT
Em seu depoimento à CPMI, que durou mais de 14 horas, Marcos Valério disse ter certeza de que José Dirceu sabia do empréstimo de R$ 55 milhões feito ao PT e ressaltou, por várias vezes, que se sentiu usado por toda a cúpula do partido. O empresário afirmou que teve a vida destruída por Delúbio Soares e por José Dirceu, a quem considera hoje um inimigo.
Ele informou que vai entrar na Justiça para recuperar as contas publicitárias que o governo federal cancelou, uma vez que, segundo ele, foram conquistadas de forma idônea, de acordo com a Lei de Licitações.
Em relação à sua viagem a Portugal, o empresário afirmou que ela não foi feita em nome do PT, mas para tratar de seus próprios negócios. Porém, ele confirmou ter ajudado a marcar reunião entre o presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Espírito Santo — o maior acionista da Portugal Telecom —, e o ex-ministro José Dirceu.

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