Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Quinta, 28 de Março de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Vacina contra papiloma vírus humano está sendo testada

Agência Notisa - 16 de setembro de 2005 - 08:38

Ao se evitar infecções por HPV, o número de casos de câncer de colo uterino também será reduzido.

Existem, atualmente, 300 milhões de pessoas infectadas pelo Papiloma Vírus Humano (HPV). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, deste total, 30 milhões poderão desenvolver verrugas genitais. Outras 10 milhões podem estar afetadas pelas formas oncogênicas do vírus, que levam ao câncer do colo de útero. Estudos recentes apontam para o desenvolvimento de uma vacina quadrivalente, capaz de promover a imunização contra três tipos deste vírus e verrugas genitais. Em palestra realizada durante o primeiro dia da Terceira Jornada de Ginecologia Oncológica, a médica Luisa Lina Villa, do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre Câncer, abordou o desenvolvimento da vacina o estágio em que estão os estudos sobre sua eficácia. O evento está acontecendo no Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro.



O número de mulheres jovens, entre 15 e 19 anos de idade, que contraem HPV quando começam a ter relações sexuais, vem aumentando. “O risco ocorre em todas faixas etárias, inclusive entre mulheres maduras, que mantêm uma vida sexual ativa”, afirmou a médica. Infecções por papiloma vírus têm natureza transitória, e costumam ser eliminadas por resposta imune. Mas, segundo Luisa, o os tipos de vírus com maior tendência ao desenvolvimento de câncer do colo uterino “resistem mais para sair do organismo”.



Vacina
”A vacina contra o papiloma vírus vem sendo testada há mais de dez anos. Em animais ela se mostrou capaz de reduzir em 100% o aparecimento de tumores”, disse Luisa. Os estudos já estão em fase III, ou seja, a vacina – que tem o nome comercial de Gardasil – está sendo testada a humanos. Pesquisa realizada nos Estados Unidos com 2.392 mulheres, não infectadas pelo vírus, com idade entre 16 e 23 anos, apontou segurança e eficácia da vacina quando comparada ao grupo controle, que ingeriu placebo. Estas apresentaram 32% de casos de infecção por HPV e 41% desenvolveu câncer de colo uterino. Já entre as vacinadas não houve nenhum caso.


Questões como a durabilidade da imunização e a partir de que idade a vacina deverá ser administrada ainda estão sendo pesquisadas. Se a fase III dos estudos também apresentar resultados positivos, a médica afirma que a licença para a produção do Gardasil sairá já no próximo ano. “O desenvolvimento da vacina causará impacto sócio-ecônomico. Estudos mostram que se a imunização for realizada em mulheres e homens, evitando o HPV, poderemos reduzir o câncer de colo de útero em até 50%, nos próximos 20 anos. Isto significa que poderemos salvar mais vidas, diminuindo também os gastos com tratamento”, disse Luisa.



Agência Notisa (jornalismo científico – science journalism)


SIGA-NOS NO Google News