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Uvas de mesa só devem ficar sob refrigeração por 21 dias

Agência Notisa - 15 de dezembro de 2005 - 07:00

Uvas colhidas de cultivo em ambiente protegido, embora tenham melhor qualidade, ainda exigem cuidados especiais, pois estão mais sujeitas à incidência e ao agravamento de podridões e à desidratação dos cachos.



A videira é uma das principais fruteiras cultivadas em todo o mundo. Somente no Brasil, a área plantada gira em torno de 68 mil hectares e a produção média é de cerca de um milhão de toneladas, que representa 2% da produção mundial. Em termos de uvas de mesa, a preferência vem crescendo por aquelas ``sem sementes`` ou ``apirênicas``, sendo a cultivar Romana uma delas. No entanto, as fortes chuvas na época da colheita têm reduzido a qualidade dos cachos. O cultivo protegido surge como alternativa, mas esse tipo de cultivo exige refrigeração na pós-colheita. Isso é o que mostram pesquisadores do Instituto Agronômico em um estudo realizado no município de Jundiaí (SP).



O objetivo do trabalho foi o de analisar a vida de prateleira da cultivar Romana em câmara fria. De acordo com artigo publicado na edição de maio/agosto da revista Engenharia Agrícola, “os produtos colhidos de cultivo em ambiente protegido, embora tenham melhor qualidade, ainda podem apresentar problemas pós-colheita, como a incidência e o agravamento de podridões e a desidratação dos cachos. Portanto, a refrigeração tem sido utilizada como prática de armazenamento por permitir o prolongamento do período de comercialização das uvas”.



No estudo, os pesquisadores verificaram que a partir de 21 dias em câmara fria, houve aumento considerável de cachos que apresentaram podridões e danos profundos. Aos 28 dias, 1,8% da amostra apresentou podridões e 5,4% apresentaram algum tipo de dano profundo. Já aos 36 dias, ocorreu incremento para 6,1% na incidência de podridões e para 9,8% na ocorrência de danos profundos. Com relação à perda de massa, eles observaram que, a partir dos mesmos 21 dias de armazenamento, a perda de massa superou o índice de 6%, limite ideal de turgidez das bagas. “Com esses resultados, verificamos que a cultivar Romana cultivada sob cobertura plástica pode ser armazenada em câmara fria por até 21 dias (três semanas), de acordo com o regulamento técnico de identidade e de qualidade para a classificação da uva fina de mesa”, afirmam no artigo.



Mesmo assim, a equipe destaca a importância do cultivo protegido como alternativa para a produção de uva de mesa: ”o cultivo em ambiente protegido tem como finalidade principal a proteção contra as adversidades climáticas e, em conseqüência, obtêm-se precocidade nas colheitas, aumento na produtividade e frutos de melhor qualidade, com a opção de explorar as culturas durante todo o ano. Por meio da utilização dessa técnica de maneira eficiente e econômica, é possível conseguir colheitas que excedem sensivelmente as que se obtêm em condições de campo”.



Agência Notisa (jornalismo científico – science journalism)

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